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'Infidelidade não é algo que deva ser levado tão a sério', diz diretora

Em filme de Agnès Jaoui, jovem descobre que hoje não há espaço para romantismo em exagero

"Além do Arco-Íris" está programado para o Festival Varilux de Cinema Francês, que começa amanhã

BRUNO GHETTI COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Príncipes encantados existem. Só que não vêm sobre cavalos brancos --e nem sempre são fiéis às amadas. É mais ou menos essa a visão do filme "Além do Arco-Íris", da francesa Agnès Jaoui, um dos 15 programados para o Festival Varilux de Cinema Francês, que vai de amanhã a 16 de maio, em 40 cidades do país. A estreia em circuito será em 7 de junho.

O filme mostra uma jovem romântica que um dia realiza o sonho de achar seu príncipe encantado. Mas ela logo se interessa por outro homem e descobre que, no mundo moderno, não há espaço para romantismo em exagero.

"Quis passar a ideia de que a infidelidade não é algo que deva ser levado tão a sério. Se a pessoa te ama, estará com você na hora em que precisar. Se terá outras relações, isso não é tão importante", diz Agnès, 48, que está em São Paulo para promover o filme.

O longa traz várias referências a contos e fábulas, por meio de personagens e citações visuais. A ideia veio da própria adolescência de Agnès. "Eu me baseei em mim mesma, no que sentia entre os 15 e 20 anos. Eu esperava realmente um príncipe encantado." Agnès não precisou esperar tanto: aos 22, se uniu ao ator Jean-Pierre Bacri, com quem viveu por décadas. Em 2012, porém, se separaram. "Mas o casamento profissional será eterno", garante ela, que coassina seus roteiros com Bacri.

Agnès iniciou a carreira nos anos 1980, com passagem pelo grupo de teatro Amandiers. Também escrevia peças. Seu humor refinado chamou a atenção de Alain Resnais, que encomendou a ela e a Bacri o roteiro de "Smoking/No Smoking" (1993). A dupla logo viraria o casal sensação entre os roteiristas da França, colecionando prêmios pelos scripts de "Odeio te Amar" (1996), de Cédric Klapisch, e "Amores Parisienses" (1997), de Resnais.

"Claro, a estrutura e os diálogos são importantes, mas o segredo de um bom roteiro está em ter uma visão pessoal das coisas", ensina. Sua estreia como diretora foi em "O Gosto dos Outros" (2000), indicado ao Oscar de filme estrangeiro. A experiência com a Academia foi ruim. "Percebi que ninguém tinha visto o filme. Foi decepcionante."

A entrevista foi em francês, mas aqui e ali Agnès dizia simpaticamente frases em português (com sotaque levemente lusitano). Sua paixão pela bossa nova e pelo fado (ela também é cantora) a fizeram aprender a língua.

Sua relação com o Brasil é forte: seus dois filhos adotivos, de dez e 12 anos de idade, são cariocas. Mas, segundo ela, poderiam ter sido adotados em qualquer lugar. "A gente não escolhe onde vai adotar um filho. É o tipo de coisa que surge para a gente."


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