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Seleção de artistas vai a campo por Copa de 2014

Coleção da Fifa tem pôsteres de 23 criadores contemporâneos e modernos

Nomes como William Kentridge, Jeff Koons e Vik Muniz estão em série sobre futebol com tiragem limitada

CASSIANO ELEK MACHADO DE SÃO PAULO

Enquanto Felipão alisa o bigode e quebra a cabeça para escolher os jogadores para 2014, uma alemã já anunciou seus 23 selecionados para a Copa do Mundo.

São os escolhidos do projeto Edição de Arte Impressa Oficial da Copa do Mundo da Fifa Brasil 2014, artistas que têm suas obras reproduzidas em pôsteres alusivos ao megaevento do futebol.

Fazem parte da seleção, lançada nesta semana, figuras de ponta da arte contemporânea internacional, como o mexicano Gabriel Orozco, o americano Jeff Koons e o sul-africano William Kentridge.

As obras, com tiragem de 2014 exemplares cada uma, são vendidas em galerias de arte (por enquanto só nos Estados Unidos, Japão, Cingapura e África do Sul) e também pelo site do projeto.

O time foi escalado pela produtora e curadora alemã Renate Bauer, que incluiu no elenco obras de 11 brasileiros.

Entre eles, estão sete contemporâneos, como Vik Muniz, Daniel Senise e Nunca, que fizeram obras especiais para o projeto, e quatro que participam "in memoriam": Hércules Barsotti, Cândido Portinari, Antônio Bandeira e Alfredo Volpi.

"A ideia de incluir artistas mortos foi de disponibilizar para um público mais amplo obras icônicas sobre o esporte", diz Bauer à Folha.

O mesmo vale para algumas imagens de artistas em atividade, caso de Orozco, de quem foi selecionada "Blindside Run". O trabalho, de 1996, integra a célebre série "The Atomists", feita a partir de fotos dos esportes mais populares na Inglaterra.

BOLA NA REDE

Dentre as peças criadas para o projeto, se destaca o trabalho de Allora & Calzadilla, duo que representou os Estados Unidos na edição mais recente da Bienal de Veneza.

A imagem mostra uma bola de futebol estufando uma rede, que flutua no ar como um fantasma, em meio a uma floresta tropical de Porto Rico, onde vivem a americana Jennifer Allora e o cubano Guillermo Calzadilla.

A brasileira Rochelle Costi também jogou com humor para fazer "Maior do Que". "Tenho discutido em meus trabalhos a dimensão que cada coisa tem, o grande e o pequeno. Não tenho muita ligação com o futebol, mas quis tratar da enorme dimensão que ele tem para a maioria dos brasileiros", diz Costi.

Ela fotografou uma bola que ocupa todo um andar de uma casa (OK, a artista revela à Folha que a casa em questão tem 80 centímetros de altura).

Além destes trabalhos com uma temática explicitamente futebolística, a seleção de Edição de Arte Impressa inclui outras que passam longe dos campos de futebol.

De James Rosenquist, 80, veterano da arte pop americana, e do modernista francês Fernand Léger (1881-1955), por exemplo, foram escolhidas obras sem ligações com o esporte, mas que homenageiam o Brasil (no caso do primeiro) e São Paulo.

Já de artistas como Keith Haring e Jean-Michel Basquiat foram pinçadas obras que não batem bola diretamente nem com o futebol nem com memórias sentimentais do país.

"Nas outras edições do projeto segui uma abordagem restrita ao universo do futebol. Mas achei que seria mais rico ampliar os limites além de bolas e redes", comenta Renate Bauer, que criou o projeto e já fez tiragens nas Copas de 2006 e 2010.

Bauer confidencia que gostaria de ter tido um elenco maior de brasileiros. "Os brasileiros estão muito em alta, então não tinham agenda."


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