Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Indústria nunca se esforçou tanto por um mercado

DE LOS ANGELES

Embora alguns dos truques usados sejam já velhos conhecidos da indústria, nunca antes na história de Hollywood tanto esforço foi feito para agradar a um mercado que não o americano. A bajulação com os chineses, em especial com a versão de "Homem de Ferro 3", desagradou especialistas nos EUA.

"É ultrajante e deplorável. Não consigo imaginar artistas envolvidos nestes filmes tendo prazer em lidar com executivos a serviço de uma noção equivocada de marketing, pisoteando seus trabalhos", disse o professor Richard Walter, que lidera o departamento de roteiros da Ucla (Universidade da Califórnia).

O professor Alex Franklin, que trabalhou em produção com diversos estúdios e hoje prepara um curso na Ucla sobre coproduções internacionais, não lembra de Hollywood gastando tanto dinheiro para criar versões modificadas para outros países.

"Executivos acreditam que vale a pena o gasto para poder ter acesso ao mercado chinês. Na América Latina, isto nunca foi necessário [...] e, em países árabes, não acredito que a bilheteria seja suficiente para justificar tais despesas", disse Franklin.

"No fundo, acho desnecessário. Esta tendência não deve durar."

Produtor e consultor americano envolvido com negócios na China desde os anos 1980, Robert Cain considera que os estúdios não querem fazer coproduções de verdade com os chineses, mas apenas bajular os censores.

"É muito difícil e há muitas regras de coprodução que diminuiriam o apelo dos longas no resto do mundo", diz Cain, que mantém o blog chinafilmbiz.com.

DESFILES NO RIO

Os estúdios usam outras estratégias mais populares para seduzir mercados estrangeiros, hoje responsáveis por até 70% dos ganhos de uma grande produção. Ao lado da China, Rússia e Brasil são outras bilheterias em expansão que fazem brilhar os olhos dos produtores.

Não é à toa que nos últimos anos aumentou o influxo de atores internacionais desfilando pelo Rio para lançar seus novos trabalhos, como aconteceu com Robert Downey Jr. e seu "Sherlock Holmes: O Jogo de Sombras", em 2012. O próximo será o elenco de "Se Beber, Não Case! "" Parte 3", neste mês.

Há também mais blockbusters gravados em território nacional, como "Os Mercenários" (2010) e "Velozes & Furiosos 5" (2011).

Misturar aos astros de Hollywood atores pouco conhecidos do público dos EUA, mas famosos nos mercados que se almeja conquistar, é outro truque. Dificilmente os americanos sairiam de casa para ver o coreano Byung-hun Lee em "G.I. Joe: Retaliação" (2013) ou Rodrigo Santoro em "O Último Desafio" (2013).


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página