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Exposição marca 130 anos de Khalil Gibran

Mostra traz 52 pinturas, documentos, cartas e manuscritos do escritor libanês, expostos pela primeira vez na América Latina

Fã do autor de "O Profeta" (1923), Paulo Coelho destaca valor e permanência dos livros e reflexões do autor

TRAJANO PONTES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os cedros, as montanhas nevadas, os desfiladeiros místicos e silenciosos. O cenário ao redor da vila de Bcharre, no norte do Líbano, viu nascer há 130 anos Khalil Gibran.

Uma exposição em São Paulo celebra a data e mostra um lado menos conhecido do escritor, filósofo e poeta, autor de "O Profeta".

São 52 pinturas --óleo sobre tela, aquarela, giz e carvão sobre papel--, documentos, cartas e manuscritos pertencentes ao Museu Gibran, no Líbano. O conjunto é exposto pela primeira vez na América do Sul.

Desde seu lançamento, em 1923, "O Profeta" enfileirou traduções e viveu ondas de popularidade.

"Foi um livro importantíssimo para mim. Depois, li muitos outros de Gibran e nenhum me decepcionou", diz Paulo Coelho, que visitou o pequeno museu em homenagem ao autor quando foi ao Líbano, em 1996.

"Sua obra permanece mais atual que nunca. Sempre que posso, posto textos de Gibran no meu blog e nos jornais onde escrevo", diz Coelho.

Parte da mostra guarda relação com Mary Haskell, amiga íntima de Gibran. Na correspondência com a norte-americana --traduzida e adaptada por Coelho no livro "As Cartas de Amor do Profeta"--, Gibran falava de sua vida e das pinturas que vinha fazendo.

"Espero que sempre pinte retratos que façam as pessoas verem outros retratos além da margem esquerda ou direita. Quero que todos eles sejam o início de um retrato não visível", escreveu Gibran a Haskell em 29 de outubro de 1911.

Paulo Daniel Farah, diretor da BibliASPA (Biblioteca e Centro de Pesquisa América do Sul-Países Árabes) e professor de estudos árabes e islâmicos da USP, aponta Gibran como fonte de inspiração desde a infância, quando sua família lia a obra do libanês em voz alta e, em seguida, discorria sobre os ensinamentos ali contidos.

AUTOR EMIGRANTE

"A obra de Gibran é um exemplo importante de Adab al-Mahjar, a literatura produzida por árabes na emigração, tema de disciplina que ministro na pós-graduação da USP", diz Farah.

Para ele, que atualmente organiza uma coleção de livros de Gibran em português, a obra demonstra "como o exílio pode favorecer a criação literária".

Lody Brais, presidente da Associação Cultural Brasil-Líbano, que organiza a exposição em São Paulo, destaca o uso das parábolas de Gibran por George Bush, John Kennedy e John Lennon.

"Acho O Profeta' um livro atemporal e que serve para todas as pessoas. A pessoa que o leu há cem anos e outra que o ler hoje vão sentir a mesma emoção. No mundo atual, o livro é ainda mais necessário. Ele enriquece o espírito", diz.


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