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Cannes chega ao fim com homens predominando entre os favoritos

Atores foram o destaque da edição do festival, que teve só uma diretora na mostra competitiva

Atuações de Benicio Del Toro, Oscar Isaac, Toni Servillo, Michael Douglas e Bruce Dern ofuscaram atrizes

RODRIGO SALEM ENVIADO ESPECIAL A CANNES

Se o último Festival de Berlim foi um show de atuações femininas que consagrou a chilena Paulina García, de "Gloria", o Festival de Cannes, o mais importante do mundo, termina hoje com pelo menos cinco grandes interpretações masculinas na corrida pelo prêmio de melhor ator.

A vocação masculina do evento francês não é novidade. Em 2012, houve um protesto pela pequena presença feminina entre os competidores. Neste ano, apenas Valeria Bruni Tedeschi, com "Un Château en Italie", conseguiu entrar no meio dos 18 cineastas homens da mostra principal.

"A falta de mulheres no cinema é um problema", disse o diretor artístico do festival, Thierry Frémaux, no dia em que revelou a seleção da competição. "Como cidadão, é uma luta que precisamos ter, mas é uma luta em que não posso entrar como responsável pela seleção em Cannes. Mulheres fazem filmes ruins, assim como homens."

Mas a diferença entre a disputa dos atores e a das atrizes, nesta 66ª edição, é gritante.

Nos primeiros dois dias, com o destaque da modelo Marine Vacth no drama sensual "Jeune et Jolie", de François Ozon, e de Bérénice Bejo ("O Artista") em "Le Passé", de Asghar Farhadi ("A Separação"), a impressão era a de que Cannes repetiria o tom feminino de Berlim. Mas, a partir do sábado, terceiro dia, uma sucessão de papéis masculinos ganhou atenção.

Benicio Del Toro, como um índio americano com problemas psicológicos, é a única coisa que se salva em "Jimmy P.", de Arnaud Desplechin.

No mesmo dia, surgiu o primeiro forte candidato a melhor ator (e, possivelmente, ao Oscar): Oscar Isaac, que faz o compositor atormentado pelo fracasso em "Inside Llewyn Davis", dos irmãos Coen.

Dois dias depois, veio o maior rival de Isaac: o italiano Toni Servillo, no papel ácido do jornalista e escritor de "La Grande Bellezza", de Paolo Sorrentino, favorito à Palma de Ouro.

O festival mal havia se recuperado do "tour de force" de Servillo e Michael Douglas apareceu como o pianista gay Liberace em "Behind the Candelabra", de Steven Soderbergh. Douglas leva o filme nas costas em um dos papéis mais ousados de sua carreira, com direito a cenas de sexo com Matt Damon.

A disputa pelo prêmio de melhor ator já estava acirrada e acirrou de vez na quinta, quando "Nebraska", de Alexander Payne, resgatou o veterano Bruce Dern ("Amargo Regresso") no papel de um ex-alcóolico que crê ter ganho US$ 1 milhão em um concurso e quer viajar ao Nebraska para receber o valor. Dern não só entrou na disputa por um prêmio de Cannes como escreveu o nome na lista de indicações certas ao Oscar 2014.

O OUTRO LADO

Entre as mulheres, a vitória deve ficar entre Bejo, irritante e histérica como uma mulher confusa que lida com o divórcio e o amor por um novo homem em "Le Passé", e a jovem Adèle Exarchopoulos, 19, de "La Vie d'Adèle", que chocou Cannes com cenas de sexo lésbico ao lado de Léa Seydoux.


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