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Vencedora do Nobel tem 14 coletâneas

Estreia da canadense ocorreu em 1968 e entre os prêmios que já recebeu está o Man Booker Internacional, de 2009

Escritora se disse 'incrivelmente surpresa' com a notícia, recebida com sorrisos leves na feira de Frankfurt

CASSIANO ELEK MACHADO RAQUEL COZER ENVIADOS ESPECIAIS A FRANKFURT

A escritora canadense Alice Munro ganhou ontem, aos 82 anos, o Prêmio Nobel de Literatura de 2013. A autora foi saudada pela Academia Sueca, que escolhe o vencedor, como "uma mestre do conto contemporâneo".

É a primeira vez na história do Nobel, dado desde 1901, que um autor especialista em contos, forma literária mais breve, é premiado.

Munro também foi só a 13ª mulher a receber a honraria, que é acompanhada de um prêmio em dinheiro equivalente a R$ 2,72 milhões.

"Fiquei incrivelmente surpresa com a notícia", declarou ontem a autora, pouco afeita a entrevistas, à rádio canadense CBC.

Na Feira do Livro de Frankfurt, maior evento editorial do mundo, não houve espanto. Um telão instalado na sala de imprensa exibiu em tempo real o anúncio, feito pontualmente às 13h (8h de Brasília), e o nome da autora foi recebido com sorrisos leves.

Festa mesmo fez Kristin Cochrane, diretora-executiva da McClelland & Stewart Doubleday Canada, selo canadense da multinacional Penguin Random House que publica obras da escritora desde o início de sua carreira.

"Não estávamos na expectativa pelo prêmio, embora tivéssemos essa esperança secreta", disse Cochrane à Folha.

LANÇAMENTOS

Duas editoras brasileiras também celebraram o prêmio, a Globo e a Companhia das Letras. A primeira havia lançado um volume de contos da escritora em 2004 e anunciou em Frankfurt que, além de reeditá-lo, publicará mais três livros de Munro pelo selo Biblioteca Azul, a partir do ano que vem.

Já a Companhia das Letras, que publica a canadense desde 2006, e havia lançado há dois meses o volume "O Amor de uma Boa Mulher", deverá editar em novembro a obra mais recente de Munro, "Dear Life" (Querida Vida), composta de quatro histórias autobiográficas.

Especula-se que este pode ser o último livro da escritora, que em julho deste ano deu uma entrevista na qual dizia que iria se retirar da literatura, tal como fizera meses antes o americano Philip Roth.

Munro tem 14 coletâneas originais de contos, desde sua estreia, em 1968, aos 37 anos.

À época, um jornal do Estado canadense de Ontario, onde ela nasceu e ainda vive, registrou a publicação com o título "Dona de Casa Encontra Tempo para Escrever Contos", como relembrou a escritora em 2008, em entrevista à revista "New Yorker".

Desde então, a escritora conquistou inúmeros prêmios, entre eles o importante Man Booker International, de 2009, e a admiração de muitos colegas.

Entre seus fãs confessos, estão os americanos Jonathan Franzen e Cynthia Ozick (que a comparou ao russo Tchékhov) e o anglo-indiano Salman Rushdie, que ontem escreveu no Twitter: "Ela é uma mestre do conto".

Também cotada ao Nobel, a conterrânea da escritora, Margaret Atwood, festejou na rede social o prêmio, que era inédito no país (nascido no Canadá, o vencedor de 1976, Saul Bellow, era radicado nos Estados Unidos).

Munro, viúva, tem três filhas. Foi uma delas que a acordou hoje com a notícia do Prêmio Nobel.


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