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Aposta do Brasil para o Oscar, 'O Som ao Redor' é exibido hoje

Produção pernambucana brinca com tensão das capitais

RODRIGO SALEM DE SÃO PAULO

Um dos problemas do cinema brasileiro é confundir falta de técnica com liberdade autoral. Mas "O Som ao Redor", que vai ao ar hoje, às 21h, no canal Max, prova que é possível fazer um cinema "de arte" (não são todos?) com apuro técnico e clareza visual.

O longa de Kleber Mendonça Filho não é fácil. Não se encaixa em gêneros, não entrega respostas e brinca de forma masoquista com a tensão que parece tomar conta do cotidiano das grandes cidades.

Há uma linha narrativa (sobre uma vizinhança de classe média do Recife afetada pela chegada de seguranças particulares), mas não espere uma digestão fácil.

O filme que representa o Brasil na disputa por uma vaga de candidato ao Oscar é como pequenos socos no estômago. Há o desprezo pelo que acontece a nossa volta, a insatisfação emergente, os débitos com o passado e, acima de tudo, a evidência de como trocamos o conceito de comunidade por muros altos e condomínios fechados.

No fim, o longa remete a uma frase de Alan Moore em "Watchmen": "Não sou eu que estou preso com vocês, mas vocês que estão presos comigo".


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