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Plano de Bo Bardi criava floresta no Anhangabaú

Arquiteta do Masp fez proposta para concurso de reurbanização em 1981

Desenhos originais e maquete compõem mostra que abre hoje em São Paulo, dentro da Bienal de Arquitetura

JULIANA GRAGNANI DE SÃO PAULO

Caso a arquiteta Lina Bo Bardi tivesse vencido um concurso em 1981, o vale do Anhangabaú poderia abrigar hoje uma grande floresta tropical sob um longo viaduto elevado para carros.

Parece impensável, mas Bo Bardi (1914-1992) elaborou um projeto com essas ideias para concorrer à reurbanização do vale. Floresta e viaduto foram inviabilizados, no entanto, com a escolha da proposta do arquiteto Jorge Wilheim.

Registros de Bo Bardi, como croquis e desenhos originais, estão expostos a partir de hoje na Casa de Vidro, que ela projetou para viver com o marido, Pietro Maria Bardi (1900-1999), e integram a programação da 10ª Bienal Internacional de Arquitetura.

A arquiteta queria preservar o vale e deixar o solo permeável, para enchê-lo de "árvores frondosas", como anota em um esboço. Pensou em um modo de afastar os carros da rua para dar lugar aos pedestres, sem construir um túnel.

"Ela propôs uma estrutura leve, que interferiria pouco na paisagem. Não era um Minhocão porque era estreito e bem acima do solo", afirma o arquiteto Renato Anelli, diretor do Instituto Lina Bo e P. M. Bardi e curador da mostra.

A arquiteta, no projeto, diz rejeitar uma "solução que continua o costume de resolver por partes'" e que "denuncia clamorosamente a ausência de um plano diretor".

Os rascunhos frisam o objetivo de "devolver o vale aos paulistas", como aponta ela. No memorial do projeto, escreveu: "Liberado aos pedestres, o vale volta a viver".


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