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Tom Hanks volta ao mar em filme e ganha força na corrida ao Oscar

'Capitão Phillips' é baseado na história real de cargueiro dos EUA sequestrado por piratas somalis

Doze anos após disputar o prêmio da Academia por 'Náufrago', ator vive capitão de navio

RODRIGO SALEM ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

Na última vez em que Tom Hanks concorreu ao Oscar de melhor ator, há 12 anos, ele precisou enfrentar o mar, o sol e esperar o resgate em "Náufrago". E é com esses mesmos ingredientes, mas com a adição de piratas, que ele deve retornar ao prêmio.

Em "Capitão Phillips", que estreia no Brasil em 8/11, Hanks entrega uma das suas melhores performances ao papel que batiza o filme, o capitão do Maersk Alabama. O drama tenso de Paul Greengrass ("O Ultimato Bourne") é baseado na história real de um cargueiro americano sequestrado por piratas somalis, em 2009.

Ao contrário de "Náufrago", o ator não precisou emagrecer. "Não me importei em manter a forma física, pude engordar um pouco", conta o ator à Folha, dias depois de revelar que convive com diabetes tipo 2 há 20 anos.

No entanto, Greengrass não poupou o protagonista. Com cerca de 75% das cenas filmadas em alto-mar, um pesadelo por causa da instabilidade climática, "Capitão Phillips" traz o estilo documental do cineasta que mudou o cinema de ação moderno.

Para alcançar realismo, o diretor chegou a esconder de Hanks os piratas liderados pelo impressionante (e novato) ator Barkhad Abdi, outro com grande chance no Oscar.

Só os colocou frente a frente quando os personagens fizeram o mesmo. "Havia um clima de tensão. Podíamos ouvir nossa respiração na espera para vê-los pela primeira vez", diz Hanks.

A situação é um prato cheio para vilões superficiais e patriotada americana, mas Greengrass desviou desse iceberg. Após examinar o 11 de Setembro em "Vôo United 93" (2006) e a invasão americana ao Iraque em "Zona Verde" (2010), o britânico recheou os somalis de complexidade.

"Eu queria essa ambiguidade", diz Greengrass. "Mas não há discussão: eles são piratas, não são inocentes. Ao mesmo tempo, não têm escolha. O dinheiro nem vai para eles."

Hanks, envolvido no projeto desde o início, conta que a visão politizada veio do cineasta. "Por mim, bastaria que os piratas fossem assustadores", brinca. "Mas Paul queria incluir nuances de globalização e geopolítica que mereciam entrar na história."

Greengrass e Hanks enfrentaram um protesto antes de o filme abrir o Festival de Cinema de Londres, na semana passada. Membros da tripulação --alguns em conflitos legais contra a empresa do cargueiro, outros que não gostaram de ver o capitão como herói --alegam que Phillips foi o responsável pelo sequestro, por navegar muito perto da costa da Somália.

"Posso dizer com 100% de certeza que Phillips não é culpado. Investiguei tudo. O resultado do processo, que não tem nada a ver comigo, pode até me desmentir, mas eu não teria feito o filme se achasse o contrário", diz Greengrass.


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