Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

 37ª Mostra

Em 'Habi', garota em crise se converte ao islamismo

Busca da identidade norteia o filme, diz a diretora María Florencia Álvarez

Título argentino com coprodução brasileira será exibido hoje na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

LÍGIA MESQUITA DE BUENOS AIRES

Uma jovem recém-saída da adolescência vivendo uma crise de identidade. Eis um tema que, ao ser transportado para o cinema, corre o risco de resvalar no clichê --o que está longe de ocorrer em "Habi, a Estrangeira".

O longa escrito e dirigido por María Florencia Álvarez, 35, será exibido hoje na Mostra Internacional de São Paulo. O filme é coproduzido pelo brasileiro Walter Salles (leia entrevista ao lado) e conta com a atriz Maria Luísa Mendonça no elenco.

No filme, Analía (Martina Juncadella), 20, é uma jovem do interior que, de passagem por Buenos Aires, se depara com o velório de uma mulher muçulmana. Ela fica tão fascinada pela cultura islâmica, desconhecida para ela, que passa a querer fazer parte dessa comunidade.

Ela decide não voltar pra casa e volta à mesquita para conhecer mais sobre aquele mundo novo. Começa a usar véu e frequentar as rezas. E adota uma nova identidade com um nome que escolhe em um mural de avisos: Habiba, uma neta de libaneses que quer aprender árabe e entrar em contato com os rituais islâmicos.

"O islã entrou na história por uma necessidade da personagem, não por um motivo específico. Foi uma imagem intuitiva", disse a cineasta à Folha. "O tema do filme é a busca da identidade. Eu nunca pretendi explicar o que é o islã. Eu queria mostrar algumas coisas dessa cultura para quem não a conhece muito, mas dentro de um contexto específico: o islã em Buenos Aires."

Para dar verossimilhança à narrativa, Florencia buscou não-atores da comunidade muçulmana que frequentam a mesquita At Tauhid no bairro portenho de Flores, cenário do longa. Somente dois personagens desse núcleo são interpretados por atores.

A diretora conta que não queria fazer um filme em que a mudança de vida da protagonista partisse de algum acontecimento traumático, para que houvesse alguma justificativa para as ações da personagem.

"Essa busca por pertencer a algum lugar é algo que concerne a todos em algum momento da vida. De algum modo, podia ser a história de qualquer um", afirma.

"Creio que quando nos filmes se explicam as coisas há uma parte da gente que fica mais tranquila, porque as entende, mas se eliminam outras possibilidades."


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página