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Crítica ópera

Entrosamento musical e cênico é o destaque de tributo a Verdi

'Um Baile de Máscaras' mostra bom desempenho de sinfônica e elenco

SIDNEY MOLINA CRÍTICO DA FOLHA

Com direção de Fernando Bicudo, a ópera "Um Baile de Máscaras", de Verdi (1813-1901), em cartaz no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, é, até aqui, uma das mais equilibradas homenagens ao compositor feitas no Brasil no ano de seu bicentenário.

Isso se deve antes de tudo ao entrosamento perfeito entre Bicudo (direção cênica), Renato Theobaldo (cenários), Elena Toscano (figurinos), Pedro Pederneiras (iluminação) e Renato Augusto (coreografia), mestres que sabem trabalhar em equipe. Não há individualismos na ambientação da corte de Gustavo 3º, rei da Suécia assassinado em um baile em 1792.

Ao resgatar a corte sueca --a ideia original do libreto, censurada no século 19--, Bicudo deu mais sentido ao texto do protagonista, o soberano apaixonado pela mulher de seu fiel amigo e defensor. Dirigida por Marcelo Ramos, a Sinfônica de Minas mostrou bom desempenho, mas ainda pode evoluir na temporada.

O elenco vocal esteve perfeitamente equilibrado: o tenor Marc Heller (Gustavo) concede ao protagonista uma aura de tristeza; o barítono Douglas Hahn (Renato), ótimo na parte cênica e vocal, a exemplo de Ana Lúcia Benedetti (Ulrica) e Lina Mendes (impecável no papel masculino de Oscar).

Também é para se marcar a experiência de ter visto a soprano Eiko Senda, voz de muitos matizes, em plena forma.

No final do segundo ato, Verdi leva ao limite a habilidade em lidar com a dialética dos afetos: o dueto de amor é seguido por um desespero intenso, até descambar no ridículo --o marido que não sabia estar levando para casa a própria esposa.


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