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Tesouro nazista tem telas desconhecidas de mestres
Obras de Chagall, Matisse e Otto Dix estão entre peças encontradas em casa alemã
Obras até hoje desconhecidas de mestres da arte do século 20 como Marc Chagall, Otto Dix, Max Liebermann e Henri Matisse estão entre as 1.500 peças confiscadas pelos nazistas e encontradas empilhadas no quarto de um apartamento em Munique.
Achado no ano passado, o conjunto de quadros avaliado em cerca de R$ 3,4 bilhões só foi anunciado no domingo e apresentado ao público em detalhes numa entrevista coletiva ontem.
A descoberta de peças até hoje consideradas perdidas, como um autorretrato do expressionista alemão Otto Dix, causou alvoroço no meio artístico. Essa obra é de um momento em que "sua arte alcançava novas alturas", nas palavras do crítico britânico Will Gompertz, da rede BBC.
Meike Hoffmann, a especialista alemã que avaliou o conjunto, disse que são peças de "qualidade excepcional" e que terão "grande valor para historiadores".
Mesmo guardadas em más condições, junto à comida estragada e empilhadas sem as molduras, as obras estão em bom estado, segundo os especialistas alemães.
Além de obras de arte moderna, como as telas de Chagall e Matisse, foram encontradas também peças que datam dos séculos 18 e 19, como uma obra do italiano Canaletto, conhecido por suas paisagens de Veneza, e do realista francês Gustave Courbet.
Elas estavam no apartamento de Cornelius Gurlitt, filho do marchand Hildebrand Gurlitt, morto há 60 anos. Ele herdou as obras e vendia os quadros sempre que precisava de dinheiro.
Após ter sido pego por fiscais aduaneiros voltando da Suíça com cerca de R$ 27,3 mil em espécie há três anos, Gurlitt teve sua casa investigada.
Desde então, a polícia alemã tenta identificar a origem dos quadros, que poderiam ter sido confiscados de judeus durante o regime nazista ou vendidos pelas vítimas a preços baixíssimos enquanto tentavam fugir do país.
Gurlitt está sendo investigado agora por evasão fiscal, mas não foi preso, segundo a equipe de investigação.
