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'Elis, a Musical' foge de temas polêmicos

'Musical de teatro é fantasia, não tem o menor compromisso biográfico', diz Nelson Motta, autor da homenagem

Superprodução sobre a vida da cantora valoriza repertório e deixa problemas com álcool e drogas de fora

MARCO AURÉLIO CANÔNICO DO RIO

No centro do palco do teatro Casa Grande, no Rio, o diretor Dennis Carvalho alerta a imprensa antes de mostrar algumas cenas de "Elis, a Musical", superprodução sobre a cantora gaúcha que marca sua estreia na direção teatral.

"Quero deixar bem claro, nesse momento atual das biografias não autorizadas: não é um documentário de fatos reais da vida da Elis Regina, é uma homenagem a ela. Não se vai falar em droga, não se vai falar em bebida. É a história dela como mulher, como mãe, passando por seu repertório fantástico."

De fato, não há nada nas mais de duas horas do musical --autorizado a captar R$ 9,5 milhões via Lei Rouanet-- que possa causar incômodo à família ou aos fãs de Elis Regina (1945-1982).

A produção, que estreia hoje no Rio e segue para São Paulo em março, foge de temas polêmicos, como a morte da cantora (por ingestão de drogas e álcool).

"Musical de teatro é fantasia, não tem o menor compromisso biográfico, documental. Tentar isso seria patético", diz Nelson Motta, que assina o roteiro em parceria com Patrícia Andrade e foi produtor de Elis, com quem teve um relacionamento.

A dupla, que também prepara um filme sobre a cantora, estruturou o roteiro do musical a partir das canções eternizadas pela Pimentinha.

São 50 delas (muitas em medley), escolhidas não apenas por sua relevância na vida de Elis --como "Arrastão", com a qual estourou ao vencer um festival em 1965--, mas pela capacidade de suas letras de narrar a história.

"Ficaram na peça os fatos mais relevantes para a história dela como cantora", diz a baiana Laila Garin, 35, escolhida para viver a protagonista após uma audição com mais de 200 candidatas.

"Ela era uma cantora forte, emocional e emocionante, impecável em todos os gêneros musicais", diz Garin.

Ela divide a cena com Felipe Camargo e Claudio Lins, que interpretam os maridos de Elis (Ronaldo Bôscoli e Cesar Camargo Mariano, respectivamente). A conflituosa relação com Bôscoli dá origem aos principais momentos cômicos do musical.

Há ainda outros 16 atores que revivem personalidades importantes na vida da gaúcha, como o cantor Jair Rodrigues (com quem ela dividiu o programa "O Fino da Bossa", na Record) e o produtor e showman Luiz Carlos Miele, responsável, ao lado de Bôscoli, pelos shows de Elis no Beco das Garrafas, no Rio.

O ponto alto do musical é a apresentação de sucessos como "O Bêbado e a Equilibrista" e "Como Nossos Pais" --este, em meio à recriação do célebre show "Falso Brilhante"--, que emocionaram a equipe da peça e devem fazer o mesmo com o público.


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