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Autor chama curador de Frankfurt de 'bedel'
Ao saber que não foi convidado por ter 'comportamento inadequado', Marcelo Mirisola ataca Manuel da Costa Pinto
Escritor aponta 'mauricice' de seleção levada ao festival; para atacado, 'interação' era um critério de escolha
Um mês após o fim da Feira de Frankfurt, a seleção de escritores que representaram o país no evento ainda causa reações no meio literário.
A mais recente foi a do escritor Marcelo Mirisola, ao saber que não entrou na lista de autores levados pelo governo à feira editorial por ter "comportamento inadequado".
"Como é que o Estado brasileiro custeia essa mauricice tosca?", questionou o escritor, no sábado, pelo Facebook. "Inadequado', Manuel, vai ficar o seu focinho."
A revelação foi feita por Michel Laub, um dos 65 autores da comitiva brasileira, na revista "Piauí" de novembro.
Convidado a escrever sobre o evento, Laub resolveu questionar o colunista da Folha Manuel da Costa Pinto, curador da programação literária do país em Frankfurt, sobre a ausência de Mirisola.
"Queria abordar as polêmicas da feira. Como Mirisola fez várias críticas, achei relevante", disse Laub à Folha.
O texto transcreve a resposta do curador: "Gosto demais da obra do Mirisola, mas essas cobranças dele, que começaram antes mesmo de a lista ser divulgada, mostram comportamento inadequado para um evento como esse".
O autor de "Charque" rebateu no Facebook: "Imagino que meu comportamento não condiz com o padrão bunda empinada da maioria dos escritores brasileiros. Esse cara é crítico literário ou bedel de acampamento escolar?".
Em março, quando houve a divulgação dos selecionados, Mirisola publicou na rede o texto "Manuel da Costa Pinto é responsável por vexame em Frankfurt".
Nele, esclarecia que as críticas à sua própria ausência não resultavam de "vaidade contrariada", mas do fato de o curador trair a "palavra empenhada de crítico literário".Citava elogios que Costa Pinto fez a sua obra em resenhas e livros na última década.
À Folha Costa Pinto disse: "Como curador, precisava pensar na interação do autor com o público e os outros convidados. Para que levar alguém que só ficava falando mal dos outros escritores?".
O curador cita um debate com Luiz Ruffato, Juliano Garcia Pessanha, Nelson de Oliveira e Heitor Ferraz no qual Mirisola discutiu com os colegas, levando Ruffato a deixar a mesa e saindo em seguida.
"Foi um caso de grosseria que prejudicou o debate. Por que criar em Frankfurt uma situação potencialmente desastrosa para o público?"
Mirisola lembra que tal situação ocorreu há uma década. "Manuel ficou assustadinho? Vivo participando de eventos, sem problemas. Talvez não me comporte como ele imagina que deveria me comportar", ironiza.
