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Crítica serial

LUCIANA COELHO - coelho.l@uol.com.br

'Brooklyn Nine-Nine' é 'Office' meio aguado

Sitcom sobre detetives pouco ocupados aposta em fórmula de personagens bizarros, mas falta-lhe cor

Órfãos de "The Office" e "30 Rock", assim como fãs de "Parks and Recreations", estarão em sua zona de conforto com "Brooklyn Nine-Nine", sitcom de meia hora protagonizada por Andy Samberg que a Fox estreou nos EUA em setembro.

Não por acaso. A série, sobre o dia a dia de uma delegacia nova-iorquina sem grandes crimes a investigar, é obra da dupla Daniel Goor e Michael Schur, também responsável por "Parks" (o primeiro como roteirista e produtor, o segundo também como criador).

Schur, além disso, trabalhou atrás e na frente das câmeras em "The Office", onde interpretou esporadicamente Mose, o primo mais estranho do puxa-saco Dwight Schrute. E, claro, roteiristas e atores passaram em algum momento por "Saturday Night Live", o crédito mais importante no currículo do protagonista.

Apesar do excelente timing cômico, porém, Samberg, 35, carece da genialidade de Tina Fey (outra egressa do SNL) e Steve Carell. Seu Jake Peralta, o detetive carismático e dono de sérias dificuldades para amadurecer, é o tipo de personagem em que muitos espectadores enxergarão alguém conhecido.

Falta-lhe, contudo, aquele quê patético, ao mesmo tempo melancólico e meio perturbador, que tornaram o Michael Scott de Carell e a Liz Lemon de Fey tão humanos.

A julgar pelos primeiros cinco episódios, com suas tiradas sempre tão espertinhas ele parece mais a versão de Facebook de uma pessoa do que alguém que eventualmente tenha problemas ou qualquer nuance um pouco mais instigante (no filme fofo "Celeste e Jesse para Sempre", o ator padece do mesmo problema). Talvez seja isso que incomode, e não com resultado positivo.

Ainda assim, a série funciona para uma meia hora divertida, resultado de um elenco afinado e de cenas de ação a la "Sabotage" (o clássico clipe dos Beastie Boys), meio cafonas, meio debochadas.

O contraponto do personagem de Samberg, porque toda série de policiais precisa de uma dupla que não combina, é o capitão durão e gay e negro vivido por Andre Braugher, cujos créditos incluem uma longa lista de papéis secundários em filmes como "Cidade dos Anjos" e um dos papéis-títulos na finada "Men of a Certain Age" (2009-2011).

Apostas acaloradas na internet sobre quem interpretará seu marido na série são um termômetro positivo do desempenho do ator.

O elenco feminino (Stephanie Beatriz, Melissa Fumero e Chelsea Peretti) é uma boa promessa, sobretudo para os que tecem teorias defendendo os homens como mais aptos para o humor que as mulheres.

A recepção da crítica foi animada, a Fox já encomendou a temporada completa e a audiência tem se mantido firme. Não é nada arrebatador nem revolucionário, mas, até agora, parece o tipo de série que vai conquistando o espectador aos poucos, e irreversivelmente.


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