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Morre aos 94 anos Doris Lessing, vencedora do Nobel de Literatura

Britânica escreveu mais de 50 títulos e foi a pessoa mais velha a receber o prêmio, em 2007

Livro 'O Carnê Dourado' virou referência para feministas, mas autora rejeitou o rótulo de porta-voz da causa

DE SÃO PAULO

Considerada uma das escritoras mais influentes do século 20, a britânica Doris Lessing morreu ontem aos 94 anos em sua casa, em Londres. A causa não foi divulgada.

Nobel de Literatura de 2007, foi a pessoa mais velha a levar o prêmio. Deixa obra vasta, com mais de 50 livros.

Lessing era referência de marxistas, anticolonialistas, anti-apartheid e feministas. Apesar de ter rejeitado o rótulo de porta-voz do feminismo, sua obra mais famosa, "O Carnê Dourado" (1962), se transformou em um clássico da literatura feminista.

Grande parte de sua obra tem base em suas experiências na África e na Inglaterra, lugares onde viveu.

Além da crítica social, presente nos primeiros textos, Lessing se dedicou à ficção científica na série "Canopus em Argos", escrita entre 1979 e 1983 e inspirada no sufismo, corrente mística do Islã.

"Alfred e Emily", de 2008, foi sua última publicação.

A Academia Sueca, que concede o Nobel, definiu Lessing como uma "narradora épica da experiência feminina, que, com ceticismo, ardor e uma força visionária, investiga uma civilização dividida".

VIDA

Doris May Tayler nasceu em 22 de outubro de 1919 na Pérsia, atual Irã. Era filha de um ex-capitão do exército britânico e de uma enfermeira.

Em 1925, ela se mudou com a família para a África, na Rodésia (hoje Zimbábue).

Aos 14 deixou a educação formal, passou a tentar a literatura e teve vários empregos.

Casou-se aos 19 com Frank Charles Wisdom, com quem teve dois filhos, John e Jean, e de quem se divorciou em 1943.

Dois anos depois se casou com Gottfried Lessing, judeu-alemão que conheceu num grupo literário marxista. Teve outro filho, Peter.

Após divorciar-se de Lessing, em 1949, a escritora se mudou para o Reino Unido com o filho mais novo, deixando para trás os outros. Segundo explicou anos depois, não quis desperdiçar sua inteligência no trabalho chato de cuidar de crianças. "Se não tivesse abandonado aquela vida teria me tornado alcoólatra como minha mãe", disse numa entrevista.

Lessing militou no Partido Comunista britânico de 1952 a 1956 e participou de campanhas contra armas nucleares.

Em 1987, visitou o Brasil para promover o lançamento de "A Terrorista". Na ocasião, disse saber que o Brasil não era só "café e Pelé".


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