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Crítica show

Cat Stevens desfila belas antiguidades

Músico agradou cinquentões e provocou catarse no bis, durante apresentação em São Paulo

THALES DE MENEZES EDITOR-ASSISTENTE DA "ILUSTRADA"

O primeiro show de Yusuf no Brasil foi a confirmação da força de um repertório. No caso, o repertório de Cat Stevens, como Yusuf se chamava até sua conversão ao islamismo, em 1977.

Sob qualquer nome, ele foi ovacionado pela plateia no Credicard Hall, em São Paulo, na noite de sábado.

A abertura do show não deixou dúvida de que o público quarentão e cinquentão (talvez até sessentão) iria ganhar o que queria.

O cantor inglês de 65 anos começou a noite com "Moonshadow" (1971) e "Where Do the Children Play?" (1970) --logo de cara, dois dos hits mundiais que fizeram a fama de Cat Stevens há mais de quatro décadas.

Em seguida, ele deu um pulo até 2006, cantando "Midday", do primeiro álbum que lançou como Yusuf, após um hiato de 28 anos.

Essas idas e vindas no tempo marcariam o show, de resto muito despojado. Apenas as cores das luzes traziam alguma variação visual, com o cantor ao violão diante de sua pequena e afiada banda. Ele foi simpático, com gestos contidos e conversas tímidas com a plateia.

O desfile de baladas clássicas persistiu com "The First Cut Is the Deepest" (1967), "Oh Very Young" (1974) e "The Wind" (1971). E o público paulistano deve agradecer por uma seleção que priorizou mais coisas antigas do que normalmente seus shows contemplam.

Assim, canções nem sempre apresentadas foram recebidas com euforia, como "Sad Lisa" (1970) e "Sitting" (1972). As músicas recentes tinham aceitação mais empolgada por alguns muçulmanos na plateia. Dessas, "My People" ganhou ares de hino.

JOGO BONITO

Fica evidente que o material que Yusuf produziu nos últimos anos são canções mais simples, ingênuas, nas quais o brilho do hitmaker aparece só aqui ou ali. Como foram poucas entre músicas poderosas dos anos 1970, não comprometeram o show.

O mesmo não pode ser dito sobre a nova "O Jogo Bonito", que o cantor compôs especialmente para os brasileiros e que fala de futebol.

"Achei o título no Google Translator", disse ao público, referindo-se ao tradutor disponível na internet.

"O Jogo Bonito" fica na boa intenção. Tem uma levada Ben Jor que não mostra nada que lembre qualquer coisa com assinatura de Cat Stevens. Mas acaba sendo um momento divertido numa apresentação encerrada com belíssimas antiguidades.

Ele deixou o palco após um bloco 1971 com "Morning Has Broken" e "Peace Train", para voltar e tocar no bis as mais esperadas da noite.

Extraídas de "Tea for the Tillerman" (1970), seu melhor álbum, "Father and Son" e "Wild World" provocaram catarse. As pessoas choraram na primeira e cantaram com vontade o refrão da segunda.

Depois de duas apresentações em São Paulo (a segunda ontem à noite), Cat Stevens/Yusuf termina a turnê brasileira nesta quarta, no Citibank Hall, no Rio.


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