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Puro balezão

'Romeu e Julieta', primeiro espetáculo narrativo da São Paulo Companhia de Dança, estreia nesta quinta

IARA BIDERMAN DE SÃO PAULO

A versão mais trágica e clássica do amor chega na ponta dos pés em São Paulo. Estará no palco do Teatro Sérgio Cardoso no dia 21.

É a estreia do balé "Romeu e Julieta", primeira obra narrativa da São Paulo Companhia de Dança.

O grupo comemora cinco anos de vida com o balé musicado pelo compositor russo Serguei Prokofiev (1891-1953). A coreografia foi criada especialmente para a companhia pelo italiano Giovanni Di Palma, professor do ArchiTanz Ballet Studio, de Tóquio.

Criada para ser um núcleo de dança de base clássica que abarca também a produção contemporânea, a São Paulo Companhia de Dança já produziu 27 obras, mas ainda não tinha montado esse tipo de coreografia, que narra uma história.

"A gente se perguntava quando seria a estreia desse grande balé clássico", conta Inês Bogéa, diretora do grupo desde sua criação.

A hora chegou. Além de marcar meia década de vida da companhia, o balé inspirado na tragédia de Shakespeare (1564-1616) tem tudo a ver com o tema escolhido para nortear os trabalhos de 2013: amor, vida e morte.

Por coincidência, no mundo todo começam as produções para celebrar o autor inglês, por conta do aniversário dos 450 anos de seu nascimento, em abril do ano que vem. Mas não foram os preparativos para o ano shakespeariano que determinaram a escolha da peça.

"O mais importante era descobrir que obra a companhia estava pronta para fazer nesse momento. Tem relação com a maturidade cênica dos bailarinos", afirma Bogéa.

A montagem, além das exigências técnicas de praxe no balé, enfatiza as emoções embutidas na trama. Por isso, foram incluídas aulas de dramaturgia e interpretação nas seis horas diárias de treinos e ensaios dos bailarinos.

"Quando temos a possibilidade de dançar Romeu e Julieta', somos o que não poderíamos ser", diz Di Palma, referindo-se ao preparo dos bailarinos, que incluiu também aulas de esgrima.

Tudo isso sem perder de vista a base do trabalho, o balé: "A técnica clássica é como uma ioga: ajuda a focalizar um caminho".

O coreógrafo e bailarino italiano, que já interpretou vários balés baseados em Shakespeare, afirma que os textos do autor são perfeitos para a dança.

"Quando ele cria protagonistas que têm que expressar continuamente: Eu te amo, não posso te amar', isso já é um movimento."

O desafio, segundo Bogéa, foi conseguir expressar cada emoção tratada na história em um gesto universal.

"Toda vez que você refaz um balé clássico, ele acaba sendo do tempo presente. As pessoas estão com todas as emoções em seu corpo e vão representá-las por meio da dança. O coreógrafo vai captar essa atmosfera e colocar no espetáculo", diz Di Palma.

Ao mesmo tempo, ele quis, na montagem, ser claro, contar bem uma história para qualquer audiência entender. "Não tem que complicar, Romeu e Julieta' não precisa de uma interpretação do tipo freudiana nem de ser circo. O desafio atual da dança é recuperar a sua pureza."


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