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Crítica - Documentário

Lira Paulistana ganha filme à sua altura, mas depoimentos soam redundantes

ANDRÉ BARCINSKI ESPECIAL PARA A FOLHA

A casa mais importante da arte alternativa de São Paulo dos anos 80 ganhou um filme à sua altura.

"Lira Paulistana e a Vanguarda Paulista", de Riba de Castro, é um documento informativo e didático sobre o Lira Paulistana, um porão em Pinheiros que abrigou dos sons de vanguarda de Itamar Assumpção ao punk rock de Cólera e Inocentes, passando pelo rock de Ultraje a Rigor, Ira! e Titãs.

Riba, um dos fundadores do Lira, entrevistou cerca de 60 pessoas, o que deve ser um recorde para um documentário de 93 minutos. A quantidade dá uma ideia do escopo de influência da casa.

Além de músicos (Arrigo, Paulo Barnabé, Luiz Tatit, Nelson Ayres, Ná Ozzetti, Clemente, Cida Moreira, Wandi Doratiotto etc.), há depoimentos de gente de TV (Fernando Meirelles, Marcelos Tas), de humor (Chico Caruso) e de teatro (Elias Andreato). Muita gente talentosa junta.

Por outro lado, com tanta gente, alguns depoimentos soam redundantes (ninguém precisa de quatro ou cinco pessoas falando do tamanho diminuto do camarim). E, para um filme que trata de vanguarda, sua narrativa é até bem careta, limitando-se a depoimentos colados em cenas de arquivo (a maioria do acervo de Fernando Meirelles).

Bem que o filme poderia dar um panorama da indústria musical da época, o que ajudaria a entender melhor por que a casa foi tão importante. O ano de fundação do Lira, 1979, foi um dos piores da indústria da música.

Pela primeira vez desde o fim da Segunda Guerra, o número de discos vendidos no mundo caiu em relação ao ano anterior. Isso gerou um encolhimento dos "casts" das gravadoras, inclusive no Brasil.

A existência de um espaço democrático e aberto como o Lira Paulistana, que abrigava de sons experimentais ao punk, da música caipira ao rock, foi uma bênção.


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