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Municipal afasta maestro por briga pública

À frente do Coral Lírico desde 1994, Mário Zaccaro discutiu com o diretor artístico John Neschling diante de elenco

Segundo a instituição, regente, que se recusou a comentar episódio, perderá o cargo, mas ainda receberá salário

GUSTAVO FIORATTI DE SÃO PAULO

A direção do Theatro Municipal afastou o maestro Mário Zaccaro do cargo de diretor do Coral Lírico após desavenças entre ele e o maestro John Neschling, diretor artístico da casa desde o início deste ano. Zaccaro estava no cargo desde 1994.

A decisão de afastá-lo foi tomada na última quinta-feira, após uma briga entre Zaccaro e Neschling em público.

A Folha apurou que, durante um ensaio da ópera "La Bohème", na semana passada, Zaccaro e Neschling discutiram na presença de todo o elenco de cantores e dos músicos da ópera. Na ocasião, Zaccaro reclamou do tratamento que vinha recebendo da direção da casa.

Localizado pela reportagem, o maestro se recusou a falar sobre o episódio. "Não quero me pronunciar, prefiro ver o que será publicado antes e talvez pedir direito de resposta depois", disse.

Outros músicos do Theatro Municipal dizem que este não é um caso isolado e que há descontentamento em relação à maneira como Neschling tem reorganizado os horários de ensaios.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a direção do teatro informou que Zaccaro não será demitido. Ele perderá o cargo comissionado de regente, mas continuará recebendo salário até o ano que vem, quando se aposentará.

O maestro Bruno Facio, até então maestro do Coral Paulistano, assumirá a regência do Lírico interinamente.

A decisão ocorreu às vésperas da estreia de "La Bohème", cuja temporada de 11 apresentações estava programada para começar ontem. Zaccaro deveria estar à frente do Coral Lírico nas récitas, mas sua saída não resultará em alteração das datas e horários das sessões.

CORAL PAULISTANO

A saída de Zaccaro ocorre após uma série de críticas que a atual gestão do Municipal vem recebendo desde julho, após divulgação de estudo sugerindo a fusão dos corais Lírico e Paulistano em 2014.

A principal questão levantada pelos profissionais que se manifestaram, muitos deles músicos eruditos, era que a união dos dois corpos representaria o fim do Paulistano, um conjunto de valor histórico criado por Mário de Andrade nos anos 1930.

O estudo, agora, foi colocado de lado, informou o Municipal. Na semana passada, o conselho deliberativo da fundação que gere o teatro aprovou, por unanimidade, que a integridade do Paulistano será mantida.

O conjunto, a partir de agora, passa a se chamar Coral Paulistano Mário de Andrade, em homenagem a seu fundador, e terá uma direção artística própria, mas o nome do titular ainda não foi divulgado. A previsão é de que o grupo realize 40 apresentações anuais dedicadas à música erudita brasileira.

O programa deverá incluir quatro obras inéditas. Dez das 40 apresentações devem ocorrer na Sala do Conservatório, localizada na Praça das Artes, vizinha ao Municipal.

A próxima apresentação do Coral Paulistano, programada para o dia 20, às 20h, será um concerto de Natal com repertório que inclui composições de Bach e "Noite Feliz", de Franz Gruber.


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