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Ator expõe memórias em textos pessoais
Em cenas de 'Aldeotas' e 'A Casa Amarela', Gero Camilo pincela rastros de lembranças da infância no Nordeste
Intérprete conta que briga na lama com amigo inspirou cena final de peça sobre o pintor Vincent van Gogh
Não são espetáculos autobiográficos, mas há rastros de memórias pelos textos de "A Casa Amarela" e "Aldeotas", que o ator Gero Camilo apresenta no fim de semana no Espaço Parlapatões.
"Aldeotas" faz imersão em questões da infância, partindo da relação entre dois meninos que vivem em um pequeno povoado no Nordeste.
Gero, que nasceu em Fortaleza, recorre a memórias de viagens pelo interior do Ceará; há, por exemplo, a imagem longínqua de um açude, na peça utilizada como pano de fundo para a ação.
Com direção de Márcia Abujamra, "A Casa Amarela" revisita a história de Van Gogh para falar de visionarismo e loucura, e há ali também um episódio autobiográfico literalmente transcrito.
Como conta Gero, na voz do personagem: quando pequeno, certa vez, ele foi empurrado de brincadeira por um amigo, revidou, e o outro caiu numa poça de lama. "Para pedir desculpas, me joguei na lama também, mas ele foi embora sem me perdoar."
