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Crítica drama

Bertolucci se volta à força da imagem em 'Eu e Você'

No novo longa do diretor italiano, garoto tenta se refugiar em bunker

INÁCIO ARAUJO CRÍTICO DA FOLHA

Bertolucci deve ao incesto, isto é, à ideia de incesto, alguns de seus melhores momentos como cineasta. O incesto, como em "Eu e Você", seu trabalho mais recente, enuncia a possibilidade de um núcleo familiar fechado (mãe e filho, aqui) viver não só isolado do mundo, mas também a salvo do mundo.

Mas existe algo de doentio nisso, sem dúvida. Podemos constatá-lo nos olhos de Lorenzo (Jacopo Olmo Antinori), o filho. Talvez a mãe (Sonia Bergamasco) se inquiete com isso. Tanto que pretende vê-lo num acampamento, vivendo uma vida "normal".

Para Lorenzo, nada mais normal do que seu refúgio, no subsolo do pavilhão onde habita, com a mãe. A decoração lembra um bunker: é um lugar onde o mundo não cabe. Desviante, mas feliz.

Ora, é esse refúgio que será invadido pela estranha e sedutora Olivia (Tea Falco), que trará ao lugar o mundo e seus problemas. Sem falar dos problemas pessoais que pode levar a um lugar desses uma garota complicada (e drogada) como ela.

Mas desse encontro entre contrários é que talvez resulte algo efetivamente vital.

Nesse filme basicamente a dois, quase todo construído sobre a força da imagem, Bertolucci por vezes parece recorrente, com seus personagens desviantes a constituir um grupo fechado que lhes permita existir, na medida do possível, à margem do mundo, eventualmente contra ele.

Mas a beleza permanece aquela que se conhece: Bertolucci continua a criar imagens invulgares.

EU E VOCÊ
DIREÇÃO Bernardo Bertolucci
PRODUÇÃO Itália, 2012
ONDE Espaço Itaú - Augusta e Reserva Cultural
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
AVALIAÇÃO bom


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