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Brasil e África misturam padrões de design

Pesquisa de dez anos revela similaridades entre a produção têxtil nos países africanos e em regiões brasileiras

Obra faz levantamento sobre trocas culturais entre Brasil e países africanos que consumiu dez anos de trabalho

PEDRO DINIZ COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Memórias enraizadas trocadas de geração em geração entre a África e o Brasil são mais comuns do que supõem as publicações brasileiras de história da moda e do design.

Esse é um dos motes do novo livro do tecelão Renato Imbroisi e da jornalista Maria Emília Kubrusly, "Lá e Cá: Trocas Culturais entre o Brasil e Países Africanos de Língua Portuguesa", resultado de uma pesquisa de dez anos em países como Moçambique e São Tomé e Príncipe.

Salta aos olhos a estrutura têxtil muito parecida apresentrada em produtos de tapeçaria e cestaria do Brasil e dos países africanos.

A obra, que é toda ilustrada, joga luz nas semelhanças entre a produção artesanal feita em Muquém (MG) e Maciene, na província africana de Gaza --e também na criação de acessórios de grifes refinadas como a italiana Bottega Veneta e a brasileira Serpui Marie.

O trançado usado na cestaria da Costa dos Coqueiros, na Bahia, por exemplo, é quase o mesmo que a Bottega utiliza em bolsas, carteiras e sapatos de couro, vendidos a preços altos em lojas chiques.

Já as bolsas de Serpuie Marie bebem da fonte da cestaria da cidadezinha de Mecúfi, distrito de Cabo Delgado, em Moçambique, que por sua vez guarda relações com o que se faz em palha em Parnaíba, no Piauí.

"Não sabemos o que vem de cá e o que vem de lá e há poucos registros sobre essas semelhanças. A troca de escravos explica alguns exemplos, mas não essa mesma herança estética enraizada nas duas culturas. O trabalho em tear dos países é idêntico", diz Imbroisi.

Bom exemplo são os padrões geométricos dos teares de Minas, que se assemelham aos do que as mulheres africanas de Palma produzem.

LÁ E CÁ
AUTOR Renato Imbroisi e Maria Emilia Kubrusly
EDITORA Senac
QUANTO R$ 65 (160 págs.)


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