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Crítica Ensaio

Heliodora traça panorama da história dos palcos para leigos

'Caminhos do Teatro Ocidental' faz cronologia de mudanças e inovações

MARCIO AQUILES CRÍTICO DA FOLHA

Como o nome diz, "Caminhos do Teatro Ocidental" pretende explorar as trajetórias da arte dramática na história do Ocidente.

O livro de Barbara Heliodora faz um panorama das mais significativas mudanças ocorridas na estética teatral.

O foco do trabalho concentra-se sobre as categorias da dramaturgia, atuação e cenografia, sempre com explicações paralelas sobre o pano de fundo histórico.

Apesar da amplitude temporal e geográfica abrangida, o que dá um caráter enciclopédico à obra, especialistas no gênero podem se deparar com informações novas, mas é sobretudo ao leitor leigo que o livro se dedica.

VIAGEM NO TEMPO

Lá ele pode imaginar um possível marco zero do teatro: quando Téspis cria o primeiro ator, assumindo o papel de um personagem. Depois Ésquilo introduz o segundo, e Sófocles o terceiro, o que deixa as relações dramáticas mais sofisticadas.

Ou ver ilustrações que mostram as diferenças arquitetônicas entre os teatro gregos e romanos, ou entre palco italiano, elisabetano e arena.

As páginas trilham também as transformações radicais na iluminação --solar, vela, gás, eletricidade-- e quebras de paradigmas na interpretação, como quando Antoine colocou atores falando de costas para a plateia na virada do século 19 para o 20.

Sustentando o volume tanto por meio de obras canônicas quanto por bibliografia contemporânea, Barbara Heliodora expõe a cronologia do teatro fundamentada na historiografia acadêmica.

Isso não a impede, porém, de expor sua opinião pessoal sobre certos temas, como quando afirma a inferioridade de Sêneca em relação aos trágicos gregos.

Com didatismo, a estudiosa divide com parcimônia os períodos históricos, embora a explosão de autores na modernidade iniba análises conjunturais mais extensas, como as dedicadas para Antiguidade e Idade Média.

Nessa altura do livro, a necessidade de citação --como não falar de Ionesco, Beckett, Pinter e tantos outros?-- interrompe a análise estética mais abrangente.

Às vezes surgem informações repetidas, e a ausência de um índice onomástico faz falta em uma obra dessa natureza, mas resumir milênios de história em quatro centenas de páginas ricas em informação e legibilidade não deixa de ser um feito notável.


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