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Em livro, Anjelica Huston relembra conflitos com o pai

Filha do cineasta John Huston, a atriz americana diz ter odiado estrear no cinema em um filme dirigido por ele

Ganhadora do Oscar em 1985, ela narra sua infância, adolescência e vida adulta na Irlanda, Londres e Nova York

FERNANDA EZABELLA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE LOS ANGELES

Antes do glamour do Oscar, dos cabelos lambidos de Mortícia e do longo namoro com Jack Nicholson, Anjelica Huston, 62, passou bons anos isolada no interior da Irlanda, ao lado de sua mãe e seu irmão mais velho, praticamente abandonados pelo pai, o cineasta John Huston (1906-1987), que rodava o mundo fazendo filmes.

Mesmo distante, ele surge como figura central na vida da atriz americana, autora de "A Story Lately Told: Coming of Age in Ireland, London, and New York", sobre sua adolescência andando de cavalo na Irlanda, dançando os anos loucos de Londres e virando modelo em Nova York. Neste ano, ela lança um segundo livro com histórias a partir de 1973, quando se muda para Hollywood.

"Eu era a sua garota, sem dúvida", Anjelica lembrou sobre o pai, durante um evento em Los Angeles, ao ser entrevistada pelo autor irlandês Colm Tóibín. "Tínhamos uma ligação que eu e ele não tínhamos com mais ninguém, um entendimento imediato. Ele influenciou os tipos de homens que fui atrás. Homens fugidios, homens impossíveis", completou, rindo.

Apesar do relacionamento próximo, ela descreve no livro como ele um dia lhe deu um tabefe ao saber que a filha andava dançando provocativamente num clube em Londres. Outra história explica como ela odiou fazer sua estreia no cinema sob sua direção, aos 16 anos, no romance medieval "Caminhando com o Amor e a Morte" (1969).

Na época, Anjelica fazia testes para ser a protagonista de "Romeu e Julieta" (1968), de Franco Zeffirelli. Quando o pai soube, escreveu para o italiano dizendo que a filha estava comprometida com uma filmagem sua.

"Eu queria ser Julieta e não sabia como dizer isto ao meu pai", contou. "O roteiro [de Caminhando...'] era sentimentaloide e eu não me sentia à vontade para fazer cenas de amor, dar beijos na boca na frente dele."

O filme foi desastre de bilheteria nos EUA. "Ele foi acusado de nepotismo e eu de ser feia", disse a atriz ganhadora do Oscar por "A Honra do Poderoso Prizzi" (1985).

No mesmo período, Anjelica perdeu a mãe em um acidente de carro. Para começar vida nova, mudou-se para Nova York e investiu na carreira de modelo.

"Sabia que o pessoal da moda não me julgaria da mesma forma. Não me achavam feia. Já era um grande passo", disse a atriz, que fez trabalhos com o fotógrafo Richard Avedon (1923-2004), amigo da mãe que visitava a família na Irlanda. "Ele dizia que eu nunca seria modelo por causa dos ombros largos. Mas ele não previu os anos 80."


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