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Participação do espectador é chave em clipes

Bob Dylan e Arcade Fire apostam em vídeos com recursos para interagir com o público

GIULIANA DE TOLEDO DE SÃO PAULO

"Like a Rolling Stone", o clássico de Bob Dylan, levou 48 anos para ganhar um clipe oficial. Compensando as quase cinco décadas de atraso, no entanto, o vídeo foi lançado no fim do ano passado fugindo do convencional.

Em um site especial para o clipe --a versão no YouTube não permite interatividade--, enquanto a música toca, o espectador pode passar por 16 canais que simulam a programação de uma TV.

A graça está no fato de que todos os que aparecem estão dublando os versos da canção, seja na bancada de um telejornal, em um desenho animado ou em um programa de receitas. Para isso, somando as imagens de todos os canais, há uma hora e 15 minutos de gravação.

"Nós tiramos a passividade de zapear e transformamos isso em um papel ativo no clipe", diz o diretor, o israelense Vania Heymann, 27, que vive em Nova York.

"Quisemos colocar a música em diferentes bocas, situações e climas para dar a sensação de onipresença. É uma canção atemporal", diz.

Ainda que a busca por interatividade em videoclipes não seja nova --o considerado pioneiro, "Neon Bible", da banda canadense Arcade Fire, é de 2007--, o último ano expandiu possibilidades.

O próprio Arcade Fire, que já havia feito quatro vídeos interativos na carreira, inovou no clipe de "Reflektor", gravado no Haiti para o hit do seu novo álbum homônimo.

Movendo o celular ou tablet na frente de um computador com webcam, é possível controlar a iluminação e os efeitos especiais das cenas. Cada um se torna o próprio "refletor" citado na música.

"O meio está se tornando mais maduro. Nós veremos cada vez mais projetos usando esses artifícios", avalia o canadense Vincent Morisset, responsável pelo vídeo, que se autointitula como um "diretor amigo da web".

Apesar da tendência, tanto para Morisset quanto para Heymann, os clipes interativos não vão substituir as narrativas lineares. "É claro que há um desafio para o jeito tradicional de contar histórias, mas há espaço para todos", diz o israelense.

Além da experiência de Dylan e Arcade Fire, 2013 teve clipes interativos dos rappers Kayne West e Pharrell Williams e da banda de rock Queens of the Stone Age.

Williams foi além da interatividade. Decidiu ousar também na duração do clipe de "Happy", o primeiro de 24 horas da história da música.

A canção toca sem parar, enquanto é possível saltar pelas horas para assistir a bailarinos dançando por Los Angeles. O site já teve mais de 5,8 milhões de visualizações.

Uma motivação extra para explorar a gravação é encontrar participações de celebridades como o ator Steve Carell e o ex-jogador de basquete Magic Johnson, que aparecem sem alarde.


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