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Musical autorizado

Espetáculo baseado em canções deixa de lado biografia para homenagear Chico Buarque, que completa 70 anos em junho

FABIO BRISOLLA DO RIO

"Todos os Musicais de Chico Buarque em 90 Minutos" estreia hoje no Rio com o propósito de celebrar no palco as peças teatrais criadas pelo artista, que completa 70 anos em junho de 2014.

De forma discreta, Chico pretende assistir ao espetáculo, dirigido e produzido por Charles Möeller e Claudio Botelho, em cartaz no Teatro Clara Nunes, no Shopping da Gávea, na zona sul carioca.

Chico prefere que a plateia não saiba de sua presença, afirmam os diretores. Uma cabine no segundo pavimento, ao lado da mesa de iluminação, é o local cotado para abrigar o compositor.

De lá, deve conferir a história de uma fictícia trupe teatral que vai fazer as conexões entre canções dos quatro musicais criados por Chico ("Roda Viva", de 1967, "Calabar", de 1973, "Gota D'Água", de 1975, e "Ópera do Malandro", de 1978), além de outras feitas para outras montagens teatrais, para cinema e TV.

A rotina dos atores andarilhos é o eixo de ligação do repertório. A partir das lembranças do dono da companhia de teatro (interpretado pelo ator-diretor Claudio Botelho), as músicas são associadas aos personagens.

Segundo Möeller, Chico leu o roteiro, mas não pediu qualquer alteração. Autorizou tudo e o projeto foi executado em tempo recorde. Foram quatro meses para criar o roteiro, produzir cenários e figurinos e ensaiar o elenco.

Möeller e Botelho já assinaram outros três espetáculos baseados no repertório buarquiano: duas versões de "Ópera do Malandro" e "Suburbano Coração". "O Chico não libera a obra dele para quase ninguém. Mas estabelecemos uma relação de confiança", conta Möeller.

Na recente discussão sobre biografias não autorizadas, Chico saiu em defesa do direito de resguardar a privacidade do artista. Por enquanto, um musical sobre sua vida segue fora dos planos.

"Há uma febre de musicais biográficos. Escolhemos ir por um outro viés", diz Möeller.

AUSÊNCIA

Na versão de 2003 para "Ópera do Malandro", Möeller discutiu pessoalmente com Chico cada detalhe na adaptação da peça de 1978.

Desta vez, segundo o diretor, os dois não chegaram a conversar. Chico designou seu empresário, Vinicius França, para acompanhar o processo. Não foi aos ensaios da peça nem ouviu os arranjos feitos para quase 50 músicas, que deram tom de licença poética aos 90 minutos citados no título. A peça tem duração de 117 minutos.

Botelho justifica a escolha de uma trupe teatral para conduzir a narrativa: "Esses artistas mambembes são citados em músicas do próprio Chico. Percebemos que seria o mote ideal para combinar todas essas canções".

Além de Botelho, outros sete atores estão no elenco: Soraya Ravenle, Malu Rodrigues, Davi Guilhermme, Estrela Blanco, Felipe Tavolaro, Lilian Valeska e Renata Celidônio.

Comparada às adaptações da Broadway da dupla de produtores --algumas ao custo de R$ 6 milhões e com sessões para mil pessoas-- o musical pode ser considerado uma produção de médio porte. Será um investimento de cerca de R$ 2 milhões, com sessões para 450 pessoas.

As versões de clássicos apresentados no musical, entre elas "Mambembe", "Ciranda da Bailarina" e "Geni e o Zepelim", serão gravadas em estúdio e lançadas em CD pelo selo Biscoito Fino. Tudo com o aval de Chico Buarque.


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