Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Análise

Apresentadoras fazem cerimônia virar um stand-up inteligente

Tina Fey e Amy Poehler aproveitam clima descontraído e não perdoam nem medalhões como Scorsese e DiCaprio

MAURICIO STYCER COLUNISTA DA FOLHA

Apresentando a festa pelo segundo ano, as comediantes Tina Fey e Amy Poehler estão conseguindo mudar a imagem do Globo de Ouro. Esqueça esta bobagem de "termômetro do Oscar" e preste atenção nas piadas.

A premiação dos jornalistas estrangeiros em Hollywood virou um dos melhores shows de stand up da praça.

Na comparação com o Oscar ou o Emmy, além de demorar menos, o Globo de Ouro sempre foi famoso por ser a festa de premiação durante a qual bebidas alcoólicas são servidas. Ou seja, sempre foi uma cerimônia mais descontraída. Mas com as duas comediantes na apresentação se tornou também palco de humor inteligente.

Nas primeiras três frases da festa de 2014, as duas já tinham gargalhado do nome do prêmio, do público que assiste em casa pela TV e de atores candidatos ao prêmio.

Não faltaram ironias com os principais filmes. "Se eu quisesse ver [o ator] Jonah Hill se masturbar numa festa na piscina, eu iria a uma festa na piscina de Jonah Hill", disse Amy Poehler, realçando o exagero de uma das muitas cenas de sexo no filme "O Lobo de Wall Street".

Tina Fey explicando "Gravidade", protagonizado por Sandra Bullock e George Clooney, resumiu: "É a história de como George Clooney prefere flutuar no espaço e morrer a passar mais tempo com uma mulher da sua idade."

Ou falando de Matthew McConaughey: "Para seu papel em Clube de Compras Dallas', ele perdeu 20 quilos --ou o que as mulheres chamam de estar em um filme".

É curioso notar como os próprios atores se sentem mais à vontade no Globo de Ouro --talvez, justamente, por ser menos importante.

Quem viu pelo TNT, no Brasil, se divertiu com a falta de censura sonora aos palavrões (alguns deles cortados pela NBC na transmissão para os Estados Unidos), ditos por Jacqueline Bisset, Elisabeth Moss e, em especial, Aaron Paul, que repetiu um dos bordões picantes de seu personagem em "Breaking Bad".

Na melhor tradição do "Saturday Night Live", em que ambas trabalharam por muitos anos, com enorme sucesso, o stand-up do Globo de Ouro não poupou nenhum medalhão, incluindo Woody Allen, Martin Scorsese, Meryl Streep e Leonardo DiCaprio.

Tina e Amy conseguiram fazer da cerimônia um bom programa mesmo para quem não está nem aí para a premiação. Não é pouca coisa.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página