Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Crítica - Soul

Sharon Jones procura conexão com os anos 1960 em novo álbum

Cantora americana atrasou o lançamento de 'Give the People What They Want' para sessões de quimioterapia

THALES DE MENEZES EDITOR-ASSISTENTE DA "ILUSTRADA"

"Dê às pessoas o que elas querem" é a tradução do título do novo álbum da cantora americana Sharon Jones, 57. E seus fãs receberam a notícia que queriam: ela apresenta boa recuperação de um câncer no pâncreas.

A quimioterapia atrasou o lançamento de "Give the People What They Want", sexto álbum da artista, que, mesmo só tendo gravado seu primeiro disco aos 45 anos, é figura central na redescoberta do soul pela moçada.

O álbum não traz mudanças no som de Sharon, o que é ótimo. Enquanto as "novinhas" do gênero tentam incrementá-lo com alguma bossa moderna, casos das inglesas Amy Winehouse (1983-2011), Duffy e Adele, ela parece querer soar cada vez mais "roots", em busca do soul de raiz.

As dez faixas do disco poderiam ser tocadas em qualquer clube de soul dos anos 1960 sem nenhum estranhamento. Seriam ovacionadas.

O arrebatamento do vozeirão de Sharon, que já impressionaria sozinho, ganha uma força descomunal com os Dap-Kings, a banda que sempre a acompanha.

O grupo praticamente formatou o new soul na última década. Quando o produtor Mark Ronson sofreu para recriar um som antigo do gênero para o CD "Back to Black", de Amy Winehouse, apelou para esse combo fantástico.

O poder dos Dap-Kings para transformar metais em quase instrumentos de percussão, ditando um pandemônio dançante, fica claro em várias faixas de "Give the People What They Want".

As aberturas de "Stranger to My Happiness" e "You'll Be Lonely" são de fazer morrer de inveja gênios como James Brown e Prince --duas figuras que Sharon sempre cita entre seus favoritos.

Como manda a cartilha do soul, as letras são uma lição de como amar errado, em versos que Sharon canta com doses precisas de emoção.

Chamar Sharon Jones de veterana não faz sentido. Ela é simplesmente atemporal.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página