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Sherlock é um super-herói da razão, afirma ensaísta

Para David Grann, cinema e TV trouxeram cores heroicas ao fascínio por personagem

SYLVIA COLOMBO DE SÃO PAULO

Não é fácil matar Sherlock Holmes. Seu próprio criador, o escocês Arthur Conan Doyle (1859-1930) tentou, em 1893, após não suportar mais o peso da popularidade do detetive, que aos poucos ganhava status de uma pessoa real.

Oito anos de pressão do público britânico fizeram-no retornar com Sherlock, primeiro num "flashback", em "O Cão dos Baskervilles" (1901), depois simplesmente trazendo-o de volta do mundo dos mortos, onde supostamente estava, em "A Casa Vazia" (1903).

Mais ou menos como na história original, "Sherlock", a versão adaptada aos dias de hoje, da BBC, retorna agora numa terceira temporada, trazendo o detetive de volta à ativa mesmo após ter aparentemente caído de um edifício de quatro andares, após um embate com o arquirrival, o gênio do crime James Moriarty.

"Sherlock", exibida no Brasil às segundas pela BBC HD, é sucesso de audiência e de crítica entre várias adaptações das histórias do gênio da dedução. Na sua cola, estão a série americana "Elementary" e os filmes do britânico Guy Ritchie com Robert Downey Jr.

"Sherlock Holmes é um super-herói da razão, que nos representa diante de um mundo cada vez mais caótico. Seu fascínio não é de hoje, mas ganha conotações mais heroicas agora", diz à Folha o ensaísta David Grann, autor de "O Diabo e Sherlock Holmes".

Os episódios reconstroem com detalhes as histórias clássicas da série, só que trazendo-as para a atualidade. "O Cão dos Baskervilles" se passa numa base militar que faz experimentos científicos no interior da Inglaterra.

O parceiro de Holmes é ainda o dr. Watson --não mais um ex-soldado no conflito anglo-afegão do século 19, mas sim um veterano de guerra do atual conflito do Afeganistão.

"É interessante ver que, nesses dois anos em que a série ficou fora do ar, os fãs tenham se mobilizado tanto para discutir seu destino. É um personagem que se impõe a seus autores e a seus próprios leitores. É mais do que uma pessoa real", diz Grann.


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