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Crítica Drama

'A Fita Azul' fracassa ao tentar conciliar mundos conflitantes

(SÉRGIO ALPENDRE) COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em "A Fita Azul", longa de estreia de Rebecca Thomas, temos a adolescente Rachel, que vive com a mãe e o padrasto numa comunidade mórmon de Utah.

Um dia, a garota ouve numa fita azul um rock antigo e logo depois descobre que está grávida.

Concepção imaculada? Semente plantada pela música, como a própria Rachel acredita ter acontecido? Pecado, segundo seus familiares pensam? Como o filme adere às sensações e descobertas da garota, suas imagens nos levam a acreditar no milagre.

Repreendida pelo padrasto e obrigada a se casar com um jovem que não ama, ela pega emprestada uma caminhonete e vai para Las Vegas, onde, em meio às luzes noturnas, conhece uma banda amadora de rock.

Seu meio-irmão, Mr. Will (que, apesar do nome, é também um adolescente), dormia na carroceria do veículo sem saber da fuga. Ele acaba descobrindo o mesmo mundo de drogas e inconformismo que desafia a inocência de Rachel.

Estamos muito longe de "Je Vous Salue Marie", filme de Jean-Luc Godard que em 1986 causou escândalo por mostrar a Virgem Maria como uma jogadora de basquete.

"A Fita Azul" não carrega consigo essa possibilidade de choque. Na verdade, sua trama mostra um rito de passagem para Rachel.

Uma jornada filmada em tom singelo, por vezes até demais. São doses cavalares de poesia a priori, do tipo que Truffaut considerava nociva ao cinema.

O filme até tem seus encantos, quase todos centrados na jovem atriz Julia Garner, que confere a Rachel um aspecto angelical. Clyde, um dos meninos da banda, se apaixona por ela.

O personagem é interpretado por Rory Culkin, irmão caçula de Macaulay ("Esqueceram de Mim") que já havia participado de "Sinais", de M. Night Shyamalan.

Há ainda o curioso contraste, mal explorado pela diretora, entre a vida regrada dos mórmons e o desvairado consumismo de Las Vegas, as roupas recatadas dos jovens de Utah e os cabelos compridos dos roqueiros skatistas, a oposição entre dois mundos que não se complementam.

A tendência conciliadora de Rebecca Thomas incomoda, principalmente porque arrefece o potencial de choque entre esses dois mundos possíveis para uma adolescente de 15 anos. Tudo tende a ficar cor-de-rosa.

A FITA AZUL
DIREÇÃO Rebecca Thomas
PRODUÇÃO EUA, 2012
ONDE Espaço Itaú Frei Caneca
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
AVALIAÇÃO regular


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