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Análise

Permissão para fotografar gera publicidade; agora falta liberar o wi-fi

DAIGO OLIVA EDITOR-ASSISTENTE DA "ILUSTRADA"

Mesmo quem não foi ao MIS pode opinar se gostou da exposição sobre Kubrick.

No período em que a mostra esteve em cartaz, as redes sociais foram dominadas por uma rotina que parecia não ter fim: todos os dias, fotografias do manequim de "Laranja Mecânica", do capacete de "Nascido para Matar" e dos macacos de "2001" eram compartilhadas incessantemente no Facebook e Instagram.

Mesmo quem não queria saber do diretor americano se tornou um especialista acidental na sua filmografia.

A permissão para fotografar é um sinal de que os museus deixaram de representar espaços cheios de regras para se tornarem ambientes convidativos à interação.

Em 2011, a Pinacoteca trouxe a São Paulo a mostra "Seu Corpo da Obra", do artista dinamarquês Olafur Eliasson. As instalações, construídas com espelhos e projeções cromáticas, também foram um sucesso fotográfico. Os materiais utilizados ali ajudam a explicar a flexibilização quanto ao registro dos trabalhos.

Diferentemente de uma pintura do século 16, fragilizada pelo tempo, os materiais usados na maioria das peças de arte contemporânea não sofrem danos por exposição ao flash --e podem ser substituídos em desmontagens.

É claro, no entanto, que a publicidade gratuita para museus e galerias, gerada via compartilhamento em redes sociais, é o fator determinante nesta mudança de direção.

A reprodução contínua de fotografias de exposições se tornou a maior estratégia de marketing do lazer. Todos querem fazer parte do evento em que todo mundo está.

O Macba (Museu de Arte Contemporânea de Barcelona), por exemplo, não teve vergonha de assumir. Colocou nas paredes cartazes incentivando o visitante a compartilhar imagens do museu nas redes. O próximo passo é liberar a senha do wi-fi.


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