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MoMA vai demolir prédio vizinho para ampliar sede em Nova York

Arquitetos, como Frank Guehry, atacam decisão de pôr abaixo o antigo Folk Art Museum

Obra dos premiados Tod Williams e Billie Tsien, inaugurada em 2001, dará lugar a nova fachada do museu

MARCOS AUGUSTO GONÇALVES DE NOVA YORK

Para ampliar a sua sede, na rua 53, em Manhattan, o Museu de Arte Moderna de Nova York comprou e vai demolir um edifício vizinho, que foi inaugurado há 13 anos.

A construção, projeto dos respeitados e premiados arquitetos Tod Williams e Billie Tsien, abrigava o American Folk Art Museum, instituição que enfrentou problemas financeiros e se viu obrigada a deixar o endereço.

O anúncio da demolição provocou reações inflamadas de críticos e arquitetos.

"É arrasador para eles", disse o estrelado Frank Gehry, em defesa de seus colegas. "É como se derrubassem minha casa em Santa Monica."

Jerry Saltz, crítico de arte da revista "New York", reagiu com igual indignação. "Senti os olhos lacrimejarem e meu estômago se revirar. O melhor museu moderno da minha geração está sendo arruinado pela loucura. Adeus, MoMA. Eu te amava", escreveu no site da publicação.

Outros insistiram que a fachada do prédio é "uma obra de arte" a ser preservada. Os dois autores do prédio também deploraram a decisão.

No ano passado, o MoMA contratou o escritório Diller Scofidio + Renfro --responsável pelo projeto do parque suspenso High Line, em Nova York, e pelo desenho do novo Museu da Imagem e do Som que está sendo construído Rio-- para estudar meios de manter a fachada.

Mas os arquitetos, ao lado do diretor do museu, Glenn Lowry, anunciaram agora que a estrutura do edifício não permite uma intervenção satisfatória. Vai ter mesmo de ir abaixo.

NOVOS PLANOS

Numa tentativa de aplacar a gritaria, o MoMA apresentou seus planos, que preveem desdobramentos da sede para o espaço público, com áreas --como o jardim de esculturas-- abertas gratuitamente à visitação.

A direção considera que o projeto trará mais vantagens para a cidade do que a situação anterior.

O início das obras está previsto para este ano.

Nem todos apedrejaram a vidraça do MoMA. Richard Meier, por exemplo, autor do Getty Center, em Los Angeles, elogiou o prédio de Williams e Tsien, mas lembrou que "Nova York está sempre mudando". "Nem tudo dura para sempre, e às vezes você tem que deixar as coisas irem."

O MoMA é um museu privado. Não recebe recursos nem da Prefeitura de Nova York, nem dos governos estadual e federal. Beneficia-se de leis de incentivo fiscal, que permitem o abatimento do valor de doações em obras de arte ou dinheiro.

O museu conta com um fundo de manutenção que está perto da casa de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 2,3 bilhões).


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