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Encaixotando Sandy

Em 'Quando Eu Era Vivo', terror do coletivo paulista Filmes do Caixote que estreia amanhã, cantora encara seu primeiro papel adulto

GUILHERME GENESTRETI

Sandy fala palavrão, dá amassos dentro do carro e lê livros sobre ocultismo. Em seu primeiro papel adulto no cinema, a cantora diz que quis apostar em "projeto lado B". O escolhido foi "Quando Eu Era Vivo", filme de terror de baixo orçamento que estreia amanhã nos cinemas.

"O que me chamou a atenção é que não é um blockbuster", diz Sandy, 31, à Folha. Grávida de quatro meses de seu primeiro filho, ela esconde a quase imperceptível barriga num vestido mais solto.

"Estão muito acostumados a me ver no pop, mas minha música hoje é outra. O fato de o filme não ser mainstream' casou com o que eu buscava."

No longa, dirigido por Marco Dutra e que custou cerca de R$ 1,5 milhão, ela interpreta Bruna, uma universitária que aluga um quarto no apartamento de Sênior (Antonio Fagundes) e se envolve na relação dele com o filho sinistro, Júnior (Marat Descartes).

O roteiro é baseado no romance "A Arte de Produzir Efeito sem Causa", de Lourenço Mutarelli. Na adaptação, Bruna, que era artista plástica no livro, virou estudante de música, o que fez Sandy soltar a voz na tela.

Dutra diz que a ideia de chamá-la surgiu num brainstorm'. "Ela remete à infância, o que tem muito a ver com o tema do filme."

O diretor enviou o roteiro por e-mail à cantora e atriz bissexta. Sandy, que se diz fã de terror, "principalmente com carinha de reality show como A Bruxa de Blair' [1999] e Atividade Paranormal' [2007]", embarcou na ideia.

Antes de topar, porém, pesquisou sobre a produtora, viu curtas de Dutra e sondou atores "para ver se o pessoal é legal, se trabalha direitinho".

"O Marco disse que o Fagundes estava no elenco. Pensei: Acho que posso confiar neles'", conta. A atriz Gilda Nomacce, que também está no filme, ajudou-a na preparação, "para encontrar o tom e criar a historinha de fundo da personagem", diz Sandy.

Além de ter feito seriado e novela, ela já havia encarado o cinema com o irmão em "Acquaria" (2003), num longa com Renato Aragão e numa ponta em "Mato sem Cachorro" (2013), no qual interpreta a si mesma numa versão ébria.

"As pessoas gostam de desconstruir a imagem angelical que têm de mim. É uma imagem antiga: já casei, vou ser mãe. Ainda assim, brincam com isso, e eu brinco junto."

Em "Quando Eu Era Vivo", diz o produtor Rodrigo Teixeira, ela "foi tratada como atriz, e não como celebridade". Marat Descartes faz coro: "Ela estava a serviço do filme. E tinha desprendimento: saíamos para almoçar na avenida São Luís [centro de SP] e ela ia junto, sem segurança".

As fotos de divulgação do filme em que Sandy aparece, contudo, tiveram de ser aprovadas previamente por ela. Teixeira rebate: "Ela pede para ver, opina, mas isso é comum entre todos os atores".

COLETIVO

"Quando Eu Era Vivo" é o mais recente longa do coletivo paulista Filmes do Caixote, dos elogiados "Trabalhar Cansa" (2011), de Dutra e Juliana Rojas, exibido em Cannes, e "O Que se Move" (2013), de Caetano Gotardo.

O grupo conta com cinco diretores que se revezam nas produções dos outros: Gotardo compôs músicas de "Quando Eu Era Vivo" e Rojas foi a montadora. Dutra fez músicas para o filme de Gotardo e Rojas fez a montagem.

"Existem coletivos que são produtoras de fato. Nós não temos nem sede, os produtores são de fora", diz Dutra, que formou o grupo com os companheiros na época da faculdade de cinema.

Na manga, Dutra prepara um novo terror, inspirado em "Drácula", de Bram Stoker, além de um longa sobre lobisomens, "As Boas Maneiras", com codireção de Rojas. Com Gotardo, ele planeja um longa-metragem de época, "Todos os Mortos".


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