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No Festival de Berlim, produção alemã exibe a força da economia

País reflete poder no evento, ao emplacar 4 longas na competição, o que não ocorria desde 2002

Alemanha também participa de produções como 'Caçadores de Obras-Primas' e 'Ninfomaníaca'

RODRIGO SALEM COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE LOS ANGELES

Mais forte economia da Europa, a Alemanha reflete seu poderio financeiro nos principais filmes da competição do 64º Festival de Berlim, que começa hoje e vai até o dia 16.

São quatro filmes 100% alemães na corrida, o que não ocorria desde 2002 no evento, e cinco coproduções com outros países, um total de nove longas com o DNA alemão em busca do Urso de Ouro --além de três outros que estão fora da competição.

A força do país chega a eclipsar (ou a atrair) a presença de Hollywood. "The Grand Budapest Hotel", de Wes Anderson ("Moonrise Kingdom"), que abre a Berlinale, foi coproduzido com euros alemães e filmado no interior do país, perto da fronteira com a República Tcheca.

Já a atração mais estrelada do evento, "Caçadores de Obras-Primas", dirigido e protagonizado por George Clooney, e com Matt Damon, Cate Blanchett, Bill Murray e John Goodman no elenco, foi rodado em Berlim e em vários pontos da Alemanha.

Dos US$ 70 milhões do orçamento (cerca de R$ 168 mi), 20% veio de isenções e apoio logístico do Fundo Federal Alemão para Cinema, que libera € 70 milhões anuais (R$ 228 mi) para filmes estrangeiros feitos na região por meio do estúdio Babelsberg.

CANSEI DE SER SÉRIO

"Meu objetivo é encontrar histórias originais. Eu levei anos produzindo 'Argo'. Para poder dirigir Boa Noite e Boa Sorte', precisei hipotecar minha casa", revela Clooney em entrevista à imprensa em Los Angeles. "Mas eu faço o que eu quero, pelo menos."

O filme será exibido em Berlim neste sábado --fora da competição--, um dia depois da estreia americana, e chega ao Brasil no dia 14.

Depois de uma sequência produzindo e atuando em longas politizados, Clooney diz que queria dar descanso ao cérebro. "Eu e Grant [Heslov, coroteirista] tendemos a fazer filmes que são cínicos. Desta vez, procuramos algo com atitude positiva do começo ao fim. Não quis fazer nenhum tratado", explica.

Assim a dupla começou a trabalhar na adaptação de "The Monuments Men", de Robert M. Edsel e Bret Witter, uma história verídica sobre um grupo de especialistas em arte reunido por um historiador (Clooney) e enviado para a Europa no fim da Segunda Guerra Mundial.

A missão deles era proteger monumentos dos ataques não apenas nazistas, mas também aliados, e recuperar obras de arte roubadas de judeus e outros colecionadores durante a ocupação de Hitler na França e outros países.

OSCAR

Filmado no pior inverno de Berlim em 150 anos, "Caçadores de Obras-Primas" estava com data de estreia marcada para dezembro, na tentativa de levar o filme ao Oscar. "Nunca foi um filme para ganhar prêmios. Queria falar sobre um assunto sério, que tem ramificações até hoje e de uma maneira divertida", explica Clooney, lembrando o recente caso de obras de arte encontradas em um apartamento em Munique.

"Algumas dessa obras foram encontradas pelos Monuments Men [nome da tropa em inglês], que passaram para uma pessoa que deveria ter devolvido aos donos legítimos, mas nunca o fez", diz Clooney.

"Os nazistas queriam acabar com tudo e sabiam que uma sociedade não é morta apenas com assassinatos, mas quando sua cultura é destruída. Não protegemos os museus quando invadimos o Iraque e uma história importante está perdida para sempre."


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