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Argentino apresenta seu teatro íntimo

Encenador Claudio Tolcachir, da Cia. Timbre 4, traz a São Paulo textos de seres sem rumo e incapazes de vínculos

Ao expor intimidades de vidas banais em mostra de repertório na cidade, autor retrata fragilidades do homem

GABRIELA MELLÃO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

De tão íntimas, as peças do grupo argentino Timbre 4 dão ao espectador a sensação de que ele não está diante de uma sala de teatro, mas de um buraco de fechadura.

Liderado por Claudio Tolcachir, 38, autor e diretor que é um dos mais festejados de sua geração em seu país, o grupo escancara fragilidades cotidianas do homem de seu tempo em uma mostra de repertório na cidade, na unidade Belenzinho do Sesc.

"Terceiro Corpo", que abriu o evento na semana passada, "A Omissão da Família Coleman" e "O Vento num Violino" já rodaram alguns festivais por aqui. "Emília" foi apresentada pela primeira vez no Brasil.

"Busco encontrar a verdade mais pura de uma história, fazer com que o espectador esqueça que aquilo que está vendo é teatro", fala Tolcachir sobre sua arte calcada no texto e no trabalho de ator.

Segundo ele, suas peças são formadas sobretudo por aquilo que não se diz e não se vê em cena, o que ele chama de "mundo secreto dos personagens".

A essência de seu teatro é autobiográfica. "Não conto histórias reais, mas os personagens que invento são profundamente meus", admite.

Tolcachir faz do palco uma exposição de debilidades do homem contemporâneo, composta por seres sem rumo, desnutridos de amor e incapazes de desenvolver vínculos afetivos.

"Meus personagens estão de tal modo cansados de suas existências que deixam que seu entorno desmorone sem fazer nada. Transformam o intolerável em algo natural levando-o ao limite", explica.

Não há conexão emocional verdadeira na obra de Tolcachir. O amor é, no melhor dos casos, vivido como culpa, agradecimento, medo, costume ou posse.

Os protagonistas de Tolcachir são tão perdidos e deslocados de suas essências que, apesar da obra deste argentino ser essencialmente realista, há algo surreal nela.

"A vida também é assim", justifica o autor e diretor. "As situações mais interessantes que nos acontecem nascem da normalidade e se despregam dela, como uma rachadura, de onde algo novo pode nascer. Somos absurdos disfarçados de razoáveis."

MOSTRA DE REPERTÓRIO
QUANDO "Vento num Violino", qui. e sex., às 20h; "A Omissão da Família Coleman" (esgotado), sáb., às 20h, dom., às 17h; até 16/2
ONDE Sesc Belenzinho, r. Padre Adelino, 1.000, tel. (11) 2076-9700
QUANTO R$ 25
CLASSIFICAÇÃO 14 anos

A OMISSÃO DA FAMÍLIA COLEMAN
QUANDO seg. (17), às 20h
ONDE Festival Internacional de Teatro de Campinas, Teatro Castro Mendes, r. Conselheiro Gomide, 62, Campinas, tel. (19) 3272-9359
QUANTO R$ 20
CLASSIFICAÇÃO 16 anos


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