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'Nebraska' aposta em atores veteranos

Com direção de Alexander Payne, drama que estreia hoje é construído por atuações de Bruce Dern e June Squibb

Azarão no Oscar, longa em preto e branco está indicado em seis categorias, incluindo a de melhor filme

RODRIGO SALEM COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE LOS ANGELES

Concorrendo a seis Oscar, "Nebraska" só perde em número de indicações para "Gravidade", "Trapaça" e "12 Anos de Escravidão". Mas, comparado ao trio de favoritos ao prêmio de 2 de março, o longa de Alexander Payne ("Sideways", "Os Descendentes") é um oásis de tranquilidade no meio da campanha fervorosa por uma estatueta.

Se "Gravidade" exibe efeitos especiais inéditos, a fotografia em preto e branco do drama, sobre um velho ex-alcoólatra (Bruce Dern) que acredita ter US$ 1 milhão lhe aguardando no Estado do Nebraska, rendeu indicação ao diretor de fotografia Phedon Papamichael.

"Procurei o clima naturalista de filmes em preto e branco dos anos 1960 e 1970, como O Indomado' e Touro Indomável', com a luz estourada", conta Payne à Folha.

Se "Trapaça" traz Jennifer Lawrence como uma mulher pouco apreciada pelo marido, "Nebraska" resgatou a veterana June Squibb como uma mulher pouco apreciada, mas que não pensa duas vezes em xingar o marido ou até a sogra morta. "Ela não tem filtro algum", resume June, que é a mais velha indicada deste Oscar, com 84 anos. "Eu fui descoberta tantas vezes que, desta vez, vou esperar um pouco antes de comemorar."

Se "12 Anos de Escravidão" tem a atuação visceral de Chiwetel Ejiofor, Dern, 77, um dos maiores talentos do cinema americano, um homem que trabalhou com Alfred Hitchcock, virou melhor amigo de Jack Nicholson e atirou em John Wayne em "Os Cowboys" (1972), é o núcleo emocional de "Nebraska".

"Ninguém é tão bom quanto Bruce", diz Payne sobre ele, que concorre a melhor ator. "Eu precisava de um ator que lembrasse das falas, porque meu orçamento era pequeno e não podia me dar ao luxo de perder dias de filmagem. Pode parecer cruel, mas conheço jovens que não decoram nenhum diálogo."

Ironicamente, Payne trabalha com elenco pelo menos 65% amador. "São fazendeiros aposentados e outras faces interessantes de Omaha, onde nasci", conta o diretor.

E essa honestidade é o que diferencia "Nebraska". Não é favorito a melhor filme, mas é uma homenagem à delicadeza que parece perdida no cinema americano.

A gentileza tem seu preço. "Como um diretor trabalhando dentro de uma máquina bancada por um estúdio, eu preciso brigar muito para conseguir criar um longa", diz.

"Se a indústria só produz filmes de super-heróis, como o público conseguirá assistir a outros estilos? As pessoas querem assistir a bons filmes. E não me venham dizer que meninos de 14 anos querem ver filmes sobre adolescentes. Quando eu tinha 14 anos, só estava interessado em pornografia."


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