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Crítica Drama

Stephen Frears conta uma boa 'história humana' sem ousadia cinematográfica

MARCOS AUGUSTO GONÇALVES DE NOVA YORK

Não espere de "Philomena" alguma ousadia ou sacada cinematográfica. Não tem. Mas como de hábito, o diretor Stephen Frears consegue contar bem uma boa história.

Tem a seu favor, neste caso, um trunfo chamado Judi Dench. A atriz veterana --popular como a personagem M, dos filmes da série 007-- tornou-se uma dessas estrelas capazes de, por si só, arrastar multidões para os cinemas.

Em 1998, ela foi laureada com um Oscar de coadjuvante por sua Rainha Elizabeth em "Shakespeare Apaixonado". Agora, no papel de Philomena Lee, concorre ao troféu principal.

O filme é a adaptação do livro-reportagem de Martin Sixsmith sobre a saga dessa senhora irlandesa que, passados 50 anos, decide buscar o filho, de quem fora separada na juventude. Despachada pela família para um convento de freiras, depois de uma gravidez indesejada, ela vê, impotente, a criança ser adotada por desconhecidos.

O jornalista --e companheiro de jornada-- é vivido por Steve Coogan. Conhecido por trabalhos em comédias, ele também é coautor do roteiro.

Com passagens divertidas e outras para levar às lágrimas, a narrativa reserva surpresas e prende a atenção. A boa química da dupla de atores é decisiva para isso.

Sixsmith é um cara cético, que perde um cargo no governo e pensa em aproveitar a ocasião para escrever um livro sobre política soviética.

Um pouco a contragosto, acaba aceitando a proposta de fazer uma reportagem sobre o drama de Philomena. Ela, apesar de tudo, mantém suas convicções religiosas --e é leitora voraz de romances comerciais. Juntos, em ritmo de "road movie", os dois desenvolvem uma relação terna, do tipo mãe e filho.

Um crítico do jornal "New York Post", Kyle Smith, conseguiu ver no filme um ataque à Igreja Católica. Causou algum rebuliço e provocou uma resposta de Philomena Lee, a real, publicada pelos produtores numa página do "New York Times".

Exagero. Embora exponha a face doentia da religiosidade, "Philomena" é sobretudo o que se convencionou chamar de uma "história humana" --um filme sobre amizade, amor maternal, fé e perdão.


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