Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Coreógrafa monta sala de vale-tudo para público voyeur

Em 'Dark Room', em cartaz em São Paulo, bailarinos trocam tapas e beijos a poucos centímetros da plateia

Inspirada em obra do britânico Antony Gormleu, cia. iN SAiO aproxima intérpretes dos espectadores

IARA BIDERMAN DE SÃO PAULO

Ao entrar no teatro para assistir a "Dark Room", os espectadores ficam um pouco desorientados. Em vez de se sentar na plateia, o público tem que se ajeitar no palco dentro de uma espécie de caixa fechada por painéis.

A primeira inspiração da coreógrafa Cláudia Palma para criar a obra foi a instalação do artista britânico Antony Gormley "Blind Light".

Na estrutura com paredes de vidro fosco cheia de névoa criada pelo artista, o público, ao entrar, perdia o senso de direção e as pessoas só conseguiam enxergar umas às outras quando estavam quase se trombando.

Nessa proximidade de corpos perigosa recriada no palco por Palma e pelo cenógrafo Wilson Aguiar, os seis bailarinos da companhia iN SAiO criam a sua "dark room", a sala do vale-tudo de baladas e saunas.

Na coreografia, muita pegação, beijo na boca e tapa na cara, com os bailarinos suados e seminus quase se roçando em que assiste. Mas eles nunca chegam a tocar os espectadores.

"Não é um espetáculo interativo. O público é como o voyeur: sente desejo apenas por olhar", diz Palma.

Além de olhar, os espectadores são encarados. O bailarino que acabou de ser estapeado ou receber um "amasso" passa a uma sessão olho no olho com o espectador.

Palma diz que uma das premissas do espetáculo é fazer com que olhar seja quase tocar. Numa coreografia com gente enfiando a mão na roupa dos outros, beijos gays e desejo não sublimado, o que tem deixado o público mais constrangido é ser encarado pelos bailarinos, conta ela.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página