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Aborto, drogas e raça são temas ainda evitados

DE SÃO PAULO

Personagem homossexual é ingrediente quase certo hoje nas novelas. O que tem mais peso para combater o preconceito do que a materialização de um beijo gay.

"Um beijo gay não é o suficiente para quebrar o tabu. Mas se a Globo continua trazendo o tema, tende a crescer a aceitação social. o efeito da TV é acumulativo, vale o que é repetitivo, não o que é raro", diz a professora de Antropologia da USP Heloisa Buarque de Almeida.

Se o amor entre pessoas do mesmo sexo já foi absorvido pelos folhetins, questões como aborto e drogas ainda são tabus inquebráveis. "Embora as pessoas recorram ao aborto, ninguém admite publicamente", diz Almeida.

"Em Família" fez uma personagem, Neidinha, ser vítima de estupro coletivo. A personagem engravidou, não cogitou o aborto e teve o bebê.

Na TV, só acontece aborto espontâneo e "só vilão faz aborto", diz Almeida.

Igor Sacramento, professor de Comunicação da UFRJ, aponta assuntos ligados à raça e à classe como outros tabus intocados.

Ele cita a raridade da escolha de atores negros como protagonistas. "As personagens negras são empregadas. Isso incomoda e reforça um tipo de imagem errada. Não há negros só em situações subalternas."

O galã de Lázaro Ramos em "Insensato Coração" foi rejeitado, segundo esse especialista. "Não é galã por que é negro ou por que não é bonito?"

Já os núcleos de subúrbio são retratados como cômicos, diz. Como se pobres não tivessem problemas e conflitos psicológicos fossem prerrogativa dos mais ricos.


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