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Desconhecida no Brasil, banda goiana faz turnê mundial

Boogarins toca som psicodélico hoje no festival South by Southwest e tem 60 shows marcados em dez países

LÚCIO RIBEIRO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A história é muito boa e reflete o jeito que a nova música caminha hoje em dia. No meio dos milhares de bandas que estão tocando por estes dias no festival South by Southwest, em Austin, no Texas (EUA), está um quarteto goiano chamado Boogarins.

O Boogarins, de um som que foge do tradicional sertanejo ou rock pesado goianos, e sim donos de uma neopsicodelia que os botam em rica sintonia mundial com grupos como Temples (Inglaterra) e Tame Impala (Austrália), anda se apresentando no SXSW desde anteontem.

Foram duas apresentações dentro da programação oficial e outras em shows paralelos. Hoje, a banda toca num festival dentro do festival, o Seaport Music.

Pode ser que você não conheça o grupo de Goiânia, mas tudo bem. Eles lançaram o primeiro álbum, "As Plantas que Curam", todo em português, há pouco mais de cinco meses. Só que nos EUA e Europa. Não no Brasil. Aqui ninguém se interessou. Mas um selo americano, sim. E mandou um contrato para eles antes mesmo de os meninos (o líder deles, Benke Ferraz, guitarrista, tem 20 anos) fazerem o primeiro show da vida como Boogarins, que até março nem existia como banda.

Ao vivo eles tocaram poucas vezes fora de Goiânia. Mas nesta semana estão iniciando uma turnê mundial de 60 shows que vai envolver dez países e cidades como Liverpool, Milão, Amsterdã e festivais como o Primavera Festival, em Barcelona.

Como pode?

"Tudo é surreal", disse Benke, um dia antes de viajar para o Texas. "É muito bom fazer as coisas que a gente sempre sonhou em fazer. Só que seis meses atrás a gente não imaginava nada disso que está rolando hoje."

"Quando a gente tocou, em outubro, em SP e São José dos Campos, já pensamos: Uau! Somos uma banda na estrada'. Imagina estar numa turnê dessas agora? Brasileiros que estão no exterior escrevem para dizer que estão escutando nossas músicas nas rádios de lá", afirma.

O Boogarins atravessou etapas e caiu na malha da globalização musical porque, quando começaram a gravar um EP que derivou o álbum, Benke sentou diante do computador e mandou algumas músicas para blogs e selos de fora, pela internet.

"Depois disso, chegou um email enorme para mim da Other Music Recording com uma proposta de contrato anexada. Ficamos naquela paranoia. Isso aqui é de verdade mesmo? Eu entrava no site da Fat Possum, que iria distribuir o disco, e via lá Iggy Pop, Black Keys. E ficava pensando: Bicho, como assim?'"


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