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Banda indie aproxima pop de seu rock sexual
Wild Beasts seduz com o CD 'Present Tense'
O Wild Beasts quer seduzir o ouvinte. O grupo inglês acaba de lançar "Present Tense", seu quarto disco em seis anos. Com letras cheias de metáforas sensuais e melodias suaves, seu rock é intencionalmente sexual.
"A música, na maior parte, não é intelectual", diz à Folha por telefone Hayden Thorpe, que divide com Tom Fleming os vocais do banda. "Ela é 1% intelectual e 99% física." Completam o grupo o guitarrista Ben Little e o baterista Chris Talbot.
O jornal "The Guardian" deu a "Present Tense" o título de melhor trabalho do Wild Beasts. "Se não concordássemos, não teríamos lançado o álbum. É uma sensação de missão cumprida", diz.
O reconhecimento também vem do público. Em sua semana de lançamento, o álbum liderou a parada britânica de discos independentes, superando nomes mais conhecidos, como Beck.
Comercialmente mais acessível que seus discos anteriores, "Present Tense" não abandona os traços característicos da banda. Além da sexualidade, há canções obscuras com temas cotidianos.
Uma novidade é "Palace", primeira música romântica do grupo. Num show recente em Nova York, o grupo explorou sua aproximação com o pop, tocando "Wrecking Ball", sucesso de Miley Cyrus.
"Tenho uma fascinação pessoal com esse tipo de hit", conta o vocalista. "Acho que, se você quebrá-lo, ele tem um coração ou algo genuíno, como dor, nesse caso."
Comparado a outra banda inglesa, o Arctic Monkeys, o Wild Beasts afirma não fazer parte da "turma da jaqueta de couro". "Há bandas que estão felizes só de ser uma banda. Nós tentamos dar dignidade ao que fazemos", diz Thorpe sobre as razões de também abordarem temas políticos.
Thorpe costuma dizer que fazer música é algo elitista, acessível apenas para quem, como ele, teve condições de se bancar por algum tempo até começar a ganhar dinheiro com a profissão. "Isso faz com que não haja diversidade de vozes na música atual."
