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A moda descoberta

Menos mantô e mais maiô. O calendário vai mudar, já que desfiles de inverno e verão não têm mais sentido, diz Paulo Borges, criador da SPFW, que começa amanhã com pouca roupa

PEDRO DINIZ COLUNISTA DA FOLHA

O verão vai virar alto verão e o inverno vai virar... nada.

A profecia de Paulo Borges, criador da São Paulo Fashion Week e do Fashion Rio e articulador do "calendário oficial da moda brasileira", será concretizada a partir deste ano: os cariocas não terão mais semana de desfiles na temporada do frio.

A divisão de coleções em duas temporadas anuais, segundo ele, datou. "A sazonalidade primavera-verão e outono-inverno não cabe mais", diz em entrevista à Folha.

A semana de moda paulistana para o verão 2015 começa amanhã, no parque Candido Portinari (anexo ao Villa-Lobos), em meio a prognósticos sobre o fim da moda nacional e a problemas com movimentos negros, que reclamam da predominância de brancos na passarela.

O evento abrigará 33 apresentações até sexta e pretende discutir as relações entre moda e arte. Para isso, uma exposição com curadoria do fotógrafo Eder Chiodetto foi montada em um dos espaços onde acontecem os desfiles.

Num momento em que as grifes reavaliam a importância dos desfiles para seus negócios, a Osklen fará uma pequena apresentação na temporada paulistana. A marca fará um desfile maior na semana carioca de moda, em abril, quando fará a estreia de sua linha de praia.

Um das coleções mais aguardadas é a de Ronaldo Fraga, eleito um dos sete estilistas mais inovadores do mundo pelo Design Museum, de Londres.

A instituição expõe uma peça de sua coleção "Carneseca", de 2013, junto a looks criados pela italiana Miuccia Prada, o americano Rick Owens e o belga Raf Simons.

No time de tops, os destaques são as brasileiras Gisele Bündchen (que desfilará para a Colcci) e Laís Ribeiro (Animale) e a sul-africana Candice Swanepoel (Forum).

Laís Ribeiro representa a minoria negra na passarela paulistana. Um "termo de ajustamento de conduta" firmado em 2009 entre o evento e o Ministério Público definiu que a organização deveria recomendar às marcas a contratação de ao menos 10% de modelos afrodescendentes.

O acordo caducou em 2011.

"Não posso obrigar ninguém a colocar negros. Isso seria preconceituoso e juridicamente problemático", diz Borges.

O empresário também critica a presidente Dilma por "falta de apoio à indústria" e diz que "não dá para separar mocinho e bandido", ao comentar os últimos casos de trabalho análogo à escravidão na moda.


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