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Festival de Teatro de Curitiba

Peça sobre cantor do Doors rejeita modelo de musical biográfico

Eriberto Leão interpreta personagem que, como o ator, estudou vida, arte e ideias do vocalista Jim Morrison

Obra com tom político defende o retrato do músico como alguém que usa drogas para o autoconhecimento

(GUSTAVO FIORATTI) ENVIADO ESPECIAL A CURITIBA

Fã de Jim Morrison (1943-1971) desde os 17 anos, o ator Eriberto Leão decidiu que não passaria dos 40 sem investir em uma homenagem ao vocalista da banda The Doors.

Estreou "Jim" no Rio de Janeiro no ano passado e, agora com 41 anos, traz o espetáculo ao Festival de Curitiba para duas sessões, na terça e na quarta. São Paulo só deve receber a peça em agosto.

Leão afirma que tentou se afastar da ideia de um musical biográfico e, assim, evitar a fórmula usada por outros espetáculos do gênero, como "Elis, a Musical" e "Cazuza".

"Não poderia ter esse modelo convencional. Jim Morrison se reviraria no túmulo com isso", diz.

Na peça, Leão interpreta um sujeito que, assim como ele, é fã de Jim Morrison e estudou a vida, a obra e as ideias do ídolo a fundo.

"Quando eu tinha 17 anos, eu me apaixonei por Doors, fui a fundo não só no entendimento da poesia de Jim Morrison, mas também da de seus mestres. Por causa do Doors, conheci os poetas da contracultura, conheci William Blake, Baudelaire, Nietzsche", explica.

Durante a entrevista, Leão também usou Morrison para tratar de assuntos políticos diversos. Defendeu valores humanistas e ecológicos, passando, por exemplo, ao questionamento do uso de transgênicos na agricultura.

O retrato que ele tateia, portanto, não é o do roqueiro loucão. Ele defende o retrato de um Jim Morrison em busca de autoconhecimento quando usa drogas, imprimindo sentidos políticos em seu comportamento e também na produção musical.

"É um grande exemplo de ídolo para um moleque se inspirar. Muito diferente dos heróis de hoje, que não têm nada a dizer ao ser humano", critica, sem citar nomes.

Durante o espetáculo, Leão canta 11 músicas do Doors para, ao lado de uma banda, tentar se aproximar ao máximo da sonoridade de músicas como "Light My Fire". "Dá para fechar o olho e ouvir Doors tocando", descreve.

Ao lado de Leão, está em cena também a atriz Renata Guida, na pele de figuras femininas diversas que passaram pela vida do cantor. Entre elas Pamela Courson, namorada de Morrison.

A direção é de Paulo de Moraes, integrante da Cia Armazém, grupo formado em 1987 e hoje considerado um dos mais importantes do Rio.

JIM
QUANDO terça e quarta, às 21h
ONDE Guairão, r. 15 de Novembro, 971, tel. (41) 3304-7900
QUANTO R$ 60
CLASSIFICAÇÃO 16 anos


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