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'Eu, Mamãe e Os Meninos' é maior atração de festival
Comédia premiada sobre identidade sexual é um dos filmes franceses que estreiam hoje no Varilux, em SP
Longa vencedor do prêmio César conta como o cineasta Gallienne cresceu pensando ser menina
A comédia "Eu, Mamãe e os Meninos" foi a grande vencedora do César, maior premiação do cinema francês, realizada em fevereiro.
Ganhador em cinco categorias, o longa é a principal atração do Festival Varilux, que começa hoje, em São Paulo, e amanhã, em mais 44 cidades.
O filme de Guillaume Gallienne ganhou os troféus de melhor ator, roteirista, filme, edição e melhor filme de estreia como diretor.
No longa autobiográfico, ele faz graça com a formação de sua sexualidade. Por causa da mãe, acreditava ser menina na infância, e cresceu pensando que era gay.
Exemplo da manipulação da senhora Gallienne é a fala usada para chamar os filhos ao jantar. "Meninos e Guillaume, à mesa!" (título da obra em francês) mostra como o garoto era separado de sua masculinidade.
No longa, Gallienne, 42, faz os papéis dele mesmo e da mãe. "Escrevi porque era uma boa história, não para expor minha vida. Para isso, já gastei um bom dinheiro com psiquiatras", diz ele, em entrevista por telefone.
Membro da companhia de teatro mais antiga em atividade na França, a Comédie-Française, ele levou o roteiro originalmente aos palcos, mas teve problemas que o levaram a adaptá-lo ao cinema.
"Como eu interpretava todos os personagens, não conseguia aprofundá-los. No filme, desenvolvi também a passividade do personagem, que permitiu que ele fosse tão influenciado pela mãe --como eu fui", afirma.
"No consultório do psiquiatra, lembrei da frase do título, que virou uma piada entre meus amigos", diz. "Ela serviu de base para tudo."