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Alzira E lança disco com cinco inéditas de Itamar Assumpção

Após uma década de luto, a cantora decidiu gravar as parcerias guardadas, com temática pesada e urbana

'O Que Vim Fazer Aqui' é lançado hoje com show em São Paulo e banda de músicos da nova geração

DE SÃO PAULO

Foram necessários dez anos para que a cantora Alzira E, 56, conseguisse voltar a trabalhar nas suas composições inacabadas feitas em parceria com Itamar Assumpção, morto em 2003.

A década de luto pelo amigo e parceiro terminou no ano passado, com a decisão de lançar canções engavetadas. Os dois escreveram juntos desde o final dos anos 1980 até a morte de Itamar.

"O Que Vim Fazer Aqui", álbum que sai agora, traz cinco parcerias inéditas da dupla. Outra música nova é "Conversa Mole", assinada com a cantora Iara Rennó, filha da artista.

No disco, Alzira também revê músicas como "Sei dos Caminhos" e "Já Sei", gravadas no seu "AMME" (1992).

A decisão de misturar versões com canções novas --embora o número de inéditas fosse suficiente para completar um disco-- foi tomada por pedido do próprio Itamar. "Ele sempre dizia para não eu fazer um disco só com as nossas parcerias", conta ela.

Intencionalmente sem pontuação final, o título "O Que Vim Fazer Aqui", para Alzira, flutua entre afirmação e interrogação. "Uma hora na vida você se pergunta, mas em outra hora você simplesmente sabe", diz.

Em comum no repertório, a artista vê que todas as canções têm uma "pegada sangue nos olhos". "Todas têm uma coisa meio brava, mostrando o lado pesado urbano. Os versos são muito percussivos", diz ela, que, em contraste, optou por ter somente cordas tocando as melodias.

Participam do disco Cris Scabello (guitarra e produção musical), Gustavo Cabelo (guitarra), Marcelo Dworecki (baixista e também produtor do álbum) e Peri Pane (violão e violoncelo) --todos de uma geração que cresceu ouvindo a vanguarda paulista.

"Sei dos Caminhos' é um grande hino, um grande clássico para mim, e, quando me dou conta, estou cantando essa música com ela. É como um sonho", diz Peri Pane, 38.

Cabelo, 28, afirma que Alzira não faz distinção de gerações e fez questão de que os arranjos fossem criados coletivamente. "Ela tem um baú que é um tesouro e nos dá liberdade para trabalhar."

Para o show de lançamento do álbum, hoje à noite no Sesc Belenzinho, se juntará ao grupo Gustavo Galo, vocalista da Trupe Chá de Boldo.

"Esses meninos cultivam os mesmos ídolos que a gente [da vanguarda paulista]. Essa roda continua e está se alargando", diz Alzira.


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