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Crítica - Documentário/Festival In-Edit

Filme narra vida de cantora do movimento punk feminista

Produção retrata carreira de Kathleen Hanna, das bandas Bikini Kill e Le Tigre

ANDRÉ BARCINSKI COLUNISTA DA FOLHA

Kurt Cobain, o trágico líder do Nirvana, não foi o único símbolo do rock alternativo dos anos 90. Para muita gente --especialmente meninas--, a figura mais importante e influente da cena underground do período foi uma garota bonita, baixinha e talentosa, que juntou feminismo, ativismo político, guitarras pesadas e marcou época: Kathleen Hanna.

O documentário "The Punk Singer", da americana Sini Anderson, conta a história de Hanna, fundadora de duas bandas adoradas dos anos 90 --Bikini Kill e Le Tigre-- e mentora do movimento punk feminista "Riot Grrrl".

Desde adolescente, Hanna adorava música punk, mas frustrou-se com o machismo da cena. No fim dos anos 80, foi estudar em Olympia, no estado de Washington, cidade conhecida pelo ativismo político e defesa de minorias.

Sem grana, trabalhou como "stripper" e também foi caixa do McDonald's. Passou a escrever fanzines, em que criticava o sexismo da cena punk e conclamava garotas a montar suas próprias bandas.

Em 1989, formou o grupo punk Bikini Kill, que logo ficou conhecido por suas letras ácidas e performances explosivas. Bandas como Fugazi, Nirvana e Sonic Youth caíram de amores pelo conjunto.

Hanna atuou no clipe "Bull in the Heather", do Sonic Youth, e virou amiga de Kurt Cobain. Foi ela quem pichou, na parede do quarto do guitarrista, a frase "Kurt smells like Teen Spirit". "Teen Spirit" era a marca de um desodorante e a sentença o inspirou a compor seu maior sucesso, "Smells Like Teen Spirit".

Kathleen Hanna logo virou um símbolo para muitas meninas, cansadas do papel de figurantes na cena musical.

Ela fundou gravadoras, lançou fanzines e inspirou incontáveis grupos.

No fim dos anos 1990, após a dissolução do Bikini Kill, montou o trio Le Tigre, em que fazia uma releitura eletrônica e pesada da new wave de bandas como Blondie e B-52's. Outro sucesso.

Em 2005, Hanna abruptamente acabou com o Le Tigre, abandonou a música e se isolou em casa na companhia do marido, Adam Horowitz, membro dos Beastie Boys.

"The Punk Singer" conta a razão do sumiço. Não vou estragar a surpresa, mas é uma história que só os amigos próximos do casal conheciam, e que nos faz admirar ainda mais essa artista tão singular quanto Kathleen Hanna.


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