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Criador inspirou Dior, mas não é muito popular

PEDRO DINIZ COLUNISTA DA FOLHA

Herança é a palavra que melhor explica a escolha do estilista Charles James (1906-1978) como tema deste ano do baile de gala do MET (Metropolitan Museum of Arts) em Nova York e da exposição de seu trabalho no museu.

Neste momento em que o novo glamour é o "street wear", tudo de que a moda precisa, em especial a americana, é de um legado como o dele para se espelhar.

Algumas características do estilista ajudam a entender melhor o porquê da preferência por ele e não por outro símbolo da alta-costura.

A mais óbvia é a nacionalidade. Britânico, mas radicado nos EUA, James equacionou a tradição europeia de construção arquitetônica de roupas com o conforto e o movimento que as americanas procuravam nos anos 1930.

Sua trajetória tem elementos do sonho americano: o estrangeiro venceu na vida e virou o "pai da perfeição" na moda. Seu nome se sobrepõe aos da alta-costura francesa. Christian Dior e Hubert de Givenchy seriam pouco sem ele.

"É o resgate da tradição de moda que, no fundo, os americanos não têm", diz a historiadora Miti Shitara, professora de história da moda da Faculdade Santa Marcelina.

Entre as criações mais emblemáticas de James estão o vestido-espiral, os drapeados e o vestido-borboleta.

"Apesar de ser considerado por estilistas o maior criador de todos os tempos, não é um nome popular. Sua escolha tem mais a ver com o momento dos EUA em retomar os trilhos da economia e o prestígio da alta-costura."

É o desejo de propagar o "algo a ser atingido" que o "prêt-à-porter" perdeu com a fast fashion, e que ficou evidente no baile de gala.

As mulheres abusaram do drapeado e dos tomara que caia, em looks das grifes Marchesa, Prada, Dior e Valentino, por exemplo.

Os homens foram forçados por Anna Wintour, diretora da "Vogue" e organizadora da festa, a usar casaca, traje mais antiquado da história da moda depois da anágua.


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