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Após crise, Cia. dos Atores celebra 25 anos com monólogos inéditos

Grupo carioca inicia temporada paulistana de 'LaborAtorial', com o ator Marcelo Valle

Saída de integrantes e questões financeiras quase fizeram o grupo encerrar atividades no ano passado

MARIA LUÍSA BARSANELLI DE SÃO PAULO

Um dos grupos mais longevos do teatro brasileiro, a carioca Cia. dos Atores dá continuidade à comemoração de seus 25 anos (completos em 2013) e apresenta no Sesc Ipiranga dois monólogos inéditos em São Paulo.

Em "LaborAtorial", que inicia temporada nesta semana, o ator Marcelo Valle utiliza conceitos científicos, projeções e elementos da performance para falar da relação do indivíduo com o coletivo.

O trabalho, que deve gerar duas sequências, tem texto de Diogo Liberano e direção conjunta de Cesar Augusto, também da Cia. dos Atores, e de Simon Will, do coletivo anglo-germânico Gob Squad.

Já "Como Estou Hoje", que será encenada a partir de junho, é a primeira direção para teatro do coreógrafo João Saldanha. Em cena, Marcelo Olinto retrata a influência da moda em nosso cotidiano.

"No Brasil, exploramos o corpo de uma forma infinita, mas pesquisamos o jeito de vestir de um modo limitado", afirma Olinto.

As bodas de prata da Cia. dos Atores, no entanto, foram precedidas por uma crise. Em 2012, Enrique Diaz e Drica Moraes, dois integrantes importantes e cofundadores da companhia, saíram do grupo, que sempre se firmou com trabalhos colaborativos.

Dificuldades financeiras foram outra questão, e o grupo cogitou encerrar suas atividades após as comemorações de 25 anos.

"Pensávamos, e ainda pensamos, na longevidade, no estorvo que é manter uma história viva", diz o diretor Cesar Augusto.

"Tivemos uma crise artística mesmo", completa Valle. "Estávamos abalados, já não tínhamos os mesmos desejos e realmente pensamos em acabar."

No processo de celebração de aniversário, no entanto, a trupe se reorganizou e decidiu se reerguer. O que originalmente seria um espetáculo para marcar o quarto de século em atividade foi transformado em três trabalhos.

Intitulado "Etos Carioca", o projeto deu origem aos dois monólogos e a "Conselho de Classe", texto de Jô Bilac dirigido por Bel Garcia e Susana Ribeiro, que passou pelo Sesc Belenzinho no início do ano.

Para conservar a sede da companhia, no bairro carioca da Lapa, o grupo transformou o espaço na Sede das Cias., com a ocupação do imóvel por outros dois coletivos mais novos: Os Desequilibrados (atualmente responsável pela administração e pela programação do local) e a Pangeia Cia. de Teatro.

"Estamos descobrindo que uma das vocações da Cia. dos Atores é a troca com grupos mais jovens", ressalta Valle.


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