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Livro de Ruy Castro revela lado humano de craques do futebol

Em 'Os Garotos do Brasil', jornalista aborda a sociologia por trás do esporte

Para autor, complexo de inferioridade do brasileiro diante do resto do mundo está mais forte do que nunca

MORRIS KACHANI DE SÃO PAULO

Para explicar a gênese de "Os Garotos do Brasil "" Um Passeio pela Alma dos Craques", o escritor e colunista da Folha Ruy Castro cita Nelson Rodrigues: "Sempre concordei com ele quando dizia que, em futebol, o pior cego é o que só vê a bola. Nelson, que tinha miopia aguda, mal enxergava a bola, então tinha de limitar-se a radiografar a alma dos jogadores", diz.

"É por isso que suas crônicas de jogos disputados há 50 ou 60 anos podem ser lidas hoje com o mesmo entusiasmo, porque não tratam exatamente de futebol, mas do grande teatro humano que se passava em campo." Assim, Ruy imaginou um livro que se concentrasse mais no lado humano dos craques.

Os 25 textos que compõem a obra foram publicados nos últimos 20 anos em diversos veículos. Entra em campo a reconhecida habilidade do autor no resgate histórico, em narrativa fluente revelando sonhos, traços de caráter e miudezas de ídolos como Pelé, Garrincha, Bellini e Zico.

Trata-se de uma coletânea abrangente e despretensiosa, escrita por um jornalista e torcedor (fervoroso flamenguista) que viu jogar quase todo mundo, de 1958 até mais ou menos 1990, nos estádios.

Ruy também trata de esmiuçar fundamentos do que seria nossa sociologia do futebol, como a ginga, que vem da capoeira, ou o complexo de vira-lata --expressão criada por Nelson Rodrigues para designar, segundo o próprio, "a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo".

E o que foi feito de nosso complexo de vira-lata, a esta altura? "Nunca o Brasil encarnou tanto o complexo de vira-lata quanto atualmente. E nunca nos deu tantos motivos para isto", arrisca Ruy.

"Desde junho do ano passado, tudo virou motivo para protesto, e a Copa era um alvo fácil. Por que não começaram a protestar mais cedo? Se o Brasil começar a jogar bem e vencer, o povo vai aderir à seleção e deixar a minoria que não quer Copa falando sozinha. Mas, se fracassar..."

Leia íntegra em

blogdomorris.blogfolha.uol.com.br


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